O dia a dia de uma mamã e das suas Borboletas...

quarta-feira, março 29, 2006

Dúvidas de palmo e meio...


Já há algumas semanas (principalmente desde que a barriguita começou a tornar-se evidente) que ela vem com perguntas do estilo "começo de uma nova vida, origem de todas as coisas, das barrigas a crescer, dos bebés"...misturadas com "puquês" e mais "puquês" que têm conseguido dar comigo em doida. Ontem, enquanto a tentava adormecer, aproveitei o facto de a ver enternecida a fazer-me festas na barriga, e decidi colocar tudo em pratos limpos (ou talvez não...)

- Main, puquê a tua barriguinha tá a quecher assim? (fez os gestos com as mãos na barriga dela)
- Olha filha é porque o bebé que está aqui dentro também está a crescer...os dedinhos, as pernas, os pézinhos está tudo a crescer! É por isso que a barriga da mamã também cresce, entendes?
- Humm...mas e...puq...como?! Main expilica-me! Como é que o meu mano conseguiu entar aí pa dento da tua barriguinha? Expilica-me!!! (mais um momento "priceless" para a colecção)
- ?!?!?!?!?
Pois bem, lá me socorri da versão da cegonha. Não sei se fiz bem (ou não) em ter optado por esta visão, até porque também não quero deixar a "catraia" de olhos postos no céu até finais de Agosto. O pior é que, e não pensem que estou aqui a dar uma de mãe orgulhosa (que sou, de resto), mas a C. é uma criança muito esperta e não me pareceu nada (mesmo nada) que tenha "engolido" a versão da pássara gigante....
- Mas e depois como é que a xegonha taz no bico o bebé sem deixá cair cá pa baixo?!?!?
- ...pois Boboleta, não sei. Deve ter uma mola grande no bico ou então já vem prevenida com um pára-quedas de reserva... :S
Como conheço a "peça" sei que as dúvidas não vão ficar por aqui. Não sei se procedi da melhor forma ao ter-lhe contado a versão "simplificada" da história, mas também não queria causar mais confusão numa cabeçinha, que por si só, já é naturalmente "dotada" para inventar histórias e criar "filmes". Não sei :S Será que devo pegar em dois gomos de laranja e contar-lhe a versão da sementinha?
Contra-indicação: Sublinho que a imaginação é mesmo muuuuuuuito fértil por estas bandas...
O meu sobrinho B. é que tem umas visões "muito à frente". Versão simplificada, e de resto muito despachada do sobrinho: "Os bebés fazem-se assim: quando o pai dá um beijinho na boca da mãe, sopra com muita força e a barriga começa a crescer!". Ora posto isto, atrevo-me mesmo a perguntar, alguém conhece uma versão melhor que esta?

segunda-feira, março 27, 2006

Inédito

Alguém conhece aquele parque de estacionamento que separa a cidade universitária do Jardim do Campo Grande? (que tem, inclusivé, uma ponte que dá acesso ao jardim). Pois bem, na sexta-feira passada depois de ter ido a uma consulta com a C. a um alergologista ali perto, dirigiamo-nos para o carro, estacionado nesse parque de estacionamento, quando de repente, deparámo-nos com três pavões à nossa frente. (sim, esses mesmo que estão a pensar). Ao princípio até lhes achámos piada, nunca tinhamos visto os ditos bicharocos à solta (nem no Zoo), muito menos a "pavonearem-se" na berma de uma estrada movimentadíssima, ainda para mais em plena cidade de Lisboa. Ao que pude apurar, é vulgar encontrá-los a passearem-se naquela zona por esta altura do ano (o que até compreendia se estivessem no jardim, e não do lado do estacionamento da cidade universitária). Agora, não me perguntem de onde é que vêm tais criaturas, porque isso, também eu gostava de saber. Voltando ao relato dos acontecimentos, enquanto nos dirigiamos para o carro, a C. teve medo dos pavões (que eram quase ou maiores que ela) e desatou a fugir em direcção a mim. Estava a comer um pão de leite com fiambre e o raio do passarão (tinha de ser logo o maior de todos) deve ter-se apercebido que ela tinha comida na mão. Toca a correr atrás da miúda. Ela, que já tinha demonstrado medo, começou a gritar e a correr em direcção a mim e eu em direcção a ela, apesar de também estar cheia de medo do bicho, mandei-me a ele. Peguei-lhe na parte detrás das asas que, para minha sorte, estavam recolhidas (não sei como tive coragem), de modo a conseguir "travar" a criatura. A C. entretanto, no meio de toda a correria, tropeçou, caiu de cara na relva, as asas do passarão fugiram-me de entre os dedos (abriu-se todo) e não consegui evitar que o bicho lhe desse uma bicada na barriga de uma das pernas. (ficou só um bocadinho vermelho mas ela fez uma "fita" enorme). Felizmente, um grupo de estudantes que estava numa das paragens à frente, lá consegiu afastar o bicho. E depois, como é óbvio, fartaram-se de rir de toda a situção nas nossas costas. E foi assim, que pela primeira vez (e espero, única) na vida, não consegui evitar que a minha filha fosse atacada (no verdadeiro sentido do termo) por um pavão destrambelhado que se esqueceu de tomar o pequeno almoço.
PS: Obrigada a todos pelos votos de melhoras. A Boboleta está a recuperar bem do dedinho, o médico que a viu a semana passada diz que o osso está a "encaixar" sem demais problemas (ainda assim não se vai livrar de fisioterapia). Mais umas 4 ou 5 semanitas até voltar, finalmente, ao lugar. As crises de tosse também acalmaram, por enquanto. É por fases, há noites melhores e outras menos boas. Como já calculava, o alergologista não consegiu identificar a causa da tosse alérgica, as análises ao sangue estão boas, não há reacção imediata a um elemento alérgico específico, marcou nova consulta para fazer o teste das alergias (aquele que se tem de "picar" o braçito todo). Entretanto, a fase mais "azarenta" parece estar, finalmente, a passar-nos ao lado. Esta manhã enquanto estava no duche senti uma espécie de leve ondulação no lado direito da barriga. Será? .Só comecei a sentir a C. por volta das 22 semanas. De qualquer das formas fiquei/ficámos eufóricos. Quando me preparava para sair de casa tive uma surpresa DAQUELAS! Fiquei tão contente, tão contente que já nem me lembrava da reunião das 9:30h. Hoje estou num daquelas dias em que (independentemente de ser cliente Millenium) me apetece abrir todas as janelas do escritório e gritar bem alto, estou MUITO feliz!!!

quarta-feira, março 22, 2006

A 1ª manifestação de timidez...

A "experiência" do Dr F. confirmou que devias estar a dormir. E eu pensei "Bolas! Logo hoje que queria ver o meu "peixinho" em acção...". Não estavas para aí virado. Não te acordou. Não deixei. Tinhas a pernita cruzada. Decidiste que ainda era "cedo" para te revelares. E nós estávamos tão expectantes (e estamos!) para conhecer-te melhor... Ouvimos o teu coração. Desta vez, chorámos. Chorámos de nervoso, de emoção, de contentamento a cada "Pum-pum! pum-pum!! pum-pum!!!" (já me tinha esquecido como é bom). A perna continuava cruzada. A mãozinha aberta na cara, sossegadinho, como se não quisesses que te incomodassem. E nós "em pulgas" para te conhecer melhor! Não deixaste. O Dr F. ainda apelou à táctica, passando o aparelho de ecos do lado onde te "aninhavas", com a intenção que te movesses para uma posição mais cómoda e assim conseguissemos descruzar-te a "timidez". Não gostaste. Sacudiste os pézinhos na direcção da sonda, como se reclamasses "Mas que coisa gelada é esta em cima de mim? Tirem-me isso de cima, podem chatear-me à vontade que eu não vos vou ligar "pêva", deixem-me continuar aqui no quentinho, que assim é que estou bem", ponto. Estava difícil. Parecias empenhado em não te revelares assim, tão facilmente. Colocaste-nos numa espécie de "jogo" do gato e do rato. Não insistimos mais. Era mais que evidente. Não estavas nos teus dias. "Todos nós temos good days and bad days não é mamã?", parecias querer dizer. E se te compreendo! Apesar de não te teres dado a conhecer (como esperávamos), o Dr F. arriscou um palpite. E bem, como não está nada confirmado, não vou revelá-lo ainda. Muito menos dizer à tua mana, nem lhe dar certezas que não tenho. Ao que parece vamos ter mesmo de esperar pela próxima consulta, que está marcada para as 23 semanas! Ainda falta taaaaaaanto tempo e, até lá, não sei como é que vou conseguir "segurar" os ataques de mãezite aguda que me assolam cada vez que passo em frente às vitrines com roupinha para bebé. Não vou negar que fiquei/ficámos um bocadinho "desiludidos" com essa tua reacção (precoce) de timidez. Nesse aspecto, não sais nada à tua mana. Entretanto, vou tentar mexer uns "cordelinhos" e ver se consigo uma eco-excepção para podermos conhecer-te com mais antecedência. Não sei se será possível (dado que também depende da disponibilidade do Dr F.), nem quando irá ter lugar (caso venha a concretizar-se). Esperemos é que da próxima vez estejas mais bem disposto e que o soninho esteja, finalmente, em dia. Até lá, vão ser dias em que a ansiedade (que já sentimos!) vai tomar conta de nós, mas enfim, acima de tudo não temos preferências...ter a certeza que continuas a desenvolver-te bem e saudável basta para nos fazer sentir com muita sorte. Já em relação à tua mana, o caso é completamente diferente...
Por falar em mana, há dias em que a Boboleta decide pregar-nos verdadeiras "partidas", e as consequências, são as que daí advêm. Depois da eco, quando eu e o pai nos preparávamos para ir buscá-la a casa da avó, recebemos um telefonema a meio do caminho a dizer para nos encontramos no hospital. Não ganhei para o susto. Lá estava a minha pequenina de compressas e saquinhos de gelo, dedo roxo e inchado, as lágrimas a escorrerem, o sofrimento estampado no rosto. Ao mesmo tempo que tentava abraçá-la e enxugar-lhe as lágrimas, fazia um esforço enorme para não olhar para o indicador, separado no osso em duas partes. Até me senti nauseada. O Dr. olhou, disse que estava feio, que as brincadeiras que envolvem miúdos e portas dão sempre mau resultado. Raio-x, seguido de mais outro, para confirmar se não era preciso operar. Não foi, felizmente. Tirar os saquinhos de gelo, colocar o dedo à força no lugar (mesmo com anestesia local) custou-lhe muitos "Ais!" chorosos, mas tinha mesmo de ser. Agora, é ficar com a tala no mínimo umas 4 semanas, tomar o antibiótico e a medicação para as dores, manter a mão imóvel, ir fazendo umas visitas ao médico para ver a evolução, e prestar atenção para que, entretanto, não se crie nenhuma infecção. As dores são o que mais lhe atormenta. A primeira noite não foi fácil, a de hoje já foi um bocado mais calma, tirando os 38º de febre :S Já cá faltavam as crises de tosse (que esta semana voltaram em força) para juntar a mais este episódio inesperado do dedo partido. Não sei o que ainda falta acontecer-me. Tem sido demasiado ultimamente. Devo andar com uma nuvenzinha cinzenta atrás de mim. O que me vale é que ainda não deitei fora o cartão do "Professor Karamba", que me deram à saída do metro... :S

segunda-feira, março 20, 2006

Contagem decrescente...

...4 horitas para saber se o filhote é "pilocas" :)

sexta-feira, março 17, 2006

Dia do avesso

Porque é que quando tudo parece estar, finalmente, a voltar a entrar nos eixos têm de se atravessar a meio caminho aqueles precalços dispensáveis do dia-a-dia, que pela sua mesquinhez são tão irritantes que, só por isso, nos conseguem tirar do sério? Ontem tive um desses dias, em que é melhor ficar quietinha no meu canto antes que ameaçe trovoada. A manhã começou bem, o despertador decidiu não despertar meia hora mais cedo, pai e mãe tiveram de tomar banho em tempo recorde, e ainda acordar a Boboleta (que estava a dormir ferrada), levá-la ao colégio e notar na vinda que o depósito não chega nem de longe até ao Cais do Sodré, ter de me ver obrigada a dar meia volta até ao posto mais próximo e, de sorriso nos lábios, presenciar que toda a nação resolveu ir meter gasolina às 9h, ficar mais de 10 minutos à espera para encher o depósito, fazer-me novamente à estrada e ter de enfrentar o "pára-arranca" do costume ao longo da marginal. Olhar para o pulso e "cadê" relógio (com a mais valia que o relógio do carro "pirou" e há 2 semanas que dá as horas que lhe apetece), valeu-me o meu braço direito ligar-me a dizer que "cicrano" tinha chegado às 9:30 (como combinado) e estava à minha espera nos escritórios do atelier. 9:30? Já! Só se entretanto apanhasse um helicópetro, e assim foi à vida a minha pontualidade característica. Quando finalmente cheguei à estação, tudo ao redor estava a "rebentar pelas costuras", não tive outra escolha senão estacionar ao lado de um passeio, como tantos outros. Desço para o metro, estala-me um salto da bota, quase que me estampo escadaria abaixo, felizmente houve uma alma caridosa que estava no lugar certo à hora certa e que me amparou a tempo. Não ganhei para o susto, fiquei logo alterada. Ainda mais. Entrei no metro, qual lata de sardinhas, mal conseguia respirar, estive mesmo a pensar que a pasta tinha de ir do lado de fora. O tempo a passar, "cicrano" à minha espera há quase 20 minutos, quando o Sr. maquinista decide fazer uma pausa de 10 minutos a meio da linha (o que naquelas condições equivale a 20), só faltava uma paragem (grrrrrr!), os minutos a passar e a minha vida a andar para trás. Cheguei ao atelier mais de meia hora depois do que tinha combinado com o Sr. que tinha ficado de receber. Desdobrei-me em desculpas (senti-me terrible), não gosto de ficar muito tempo à espera e como tal não gosto de fazê-lo aos outros. O que vale é que o Sr. foi amavelmente compreensivo e ainda arranjou tempo de me elogiar os 4 meses de "linha". A tarde foi preenchida com telefonemas atrás de telefonemas (e eu que gosto taaaaanto de falar ao telefone), antes de sair ainda tive tempo de me espetar num compasso, apanhei o metro de volta, a "mancar" com um salto pendurado, subi as escadas agarradinha ao corrimão (não fosse o diabo tecê-las), cheguei à estação final do metro, entrei no carro -liguei o rádio (Eduardo Sá e Isabel Stillwel no magazine "Dias do Avesso" - só coincidência?), e qual é o meu espanto quando tento arrancar e o carro não anda, só depois reparei que estava bloqueado. Como o dia até tinha sido fácil, não me passei nem nada, não mandei um xuto (levezinho?) no pneu do carro nem acabei por rachar mais um bocado de salto. 20 minutos dentro do carro a desesperar, e com isto já se tinha feito noite. Ainda há mais. Telefonar ao G. para lhe dar conta das últimas novidades (óptimas e fresquinhas) e a bateria do telemóvel decidir dar o berro a meio da conversa :S Mais 30 €uritos para o bolso da EMEL. Queria lá saber, a cabeça nem estava cansada, que ideia...a primeira coisa que fiz quando cheguei a casa foi atirar-me que nem uma louca para cima da cama, e ainda levei com uma filha "doidinha" que se mandou para cima de mim (só não me "esmagou" a barriga porque o pai a protegeu), esticar as pernas que me doíam até aos ossos, e com isto só tive tempo de ver um salto a voar para o outro extremo do quarto. O que me valeu é que a Boboleta já tinha o banhito tomado e 2 fatias de "pizza bacana" no estômago. Bacano, pai. Há muito tempo que não tinha um dia tão "calminho". Nem acredito que consegui chegar inteira. Parafraseando o meu querido colega JP "Isto há dias de manhã em que um gajo à tarde não deve saír à noite".
Ps: Sim, Zita, a brincadeira era trocar o meu nome por Coral como a mamã do Nemo. Para bom entendedor meia palavra basta ;) (Vês no que dá termos filhotas praticamente da mesma idade?)

terça-feira, março 14, 2006

S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L!!!

Sinceramente, foi magnífico. Fabuloso, indescritível. Acho mesmo que não tenho palavras que cheguem para descrever o ambiente que se viveu no Pavilhão Atlântico a noite passada. Foi simplesmente inesquecível. Estava à espera que assim fosse, mas superou em larga escala todas as expectativas, minhas/nossas, de toda a gente. Foi sem dúvida, bigger than I expected. Um serão recheado de momentos a registar. Um dos "picos" mais altos da noite foi quando o Jack começou a tocar Sitting, waiting, wishing só com o som da guitarra, de fundo, e com ele conseguiu levar o Pavilão Atlântico ao rubro e a cantar a música à capela, em uníssono. Foi lindo, indescritível. Como disse à saída um fã mais exaltado "Foi orgásmico". Apesar de tudo, acho que escolheu a palavra certa :) Mas foi igualmente bom recordar antigos êxitos como Times like these e Inaudible Melodies assim como foi ainda melhor consagrar novos trunfos como Upside down e No other Way (uma das minhas preferidas). Fenomenal. O clima que se criou (apesar do calor infernal que se fazia sentir no recinto), o ambiente fantástico que se gerou entre as pessoas...foi mágico. Cantei, cantei até que a voz me doeu e tive mesmo de parar (estou rouca q.b, atrevo-me mesmo a dizer, quase afónica), o G. idem idem, cantou, sem excepção, todas as músicas do concerto -eu bem disse que ele era "maluquinho", sempre muito ternurento comigo (ontem esteve especialmente romântico), o ambiente também ajudava. E foi "mergulhados", entre centenas e centenas de isqueiros acesos e braços estendidos, que me dedicou aquela música, a minha música (agora nossa) e a cantou só para mim, sem tirar os olhos dos meus, enquanto todos os outros só tinham olhos para a voz da noite, os nossos olhares fundiam-se, e por mais que tentasse desviar o olhar, não consegui "descolar" os meus olhos dos teus. Cantaste-me a minha música, do início ao fim, mesmo com mais de 15.000 vozes à mistura, cantaste-a só para mim. E juro, qual Jack Johnson, qual guitarra. Só uma voz. A tua, me fez esquecer tudo e todos à minha volta (desculpem A e P, S e A pela possível falta de atenção), só a tua presença bastou para me fazer sentir a mulher mais feliz de todo o recinto. A música que no ínicio era minha, agora é nossa. Só nossa. Ficou gravada, em nós, naquele momento. Ninguém nos pode "roubar" aquele momento. Momento em que as minhas certezas foram mais que (re)confirmadas, és parte imprescindível da minha vida, a figura paterna em que quero que os meus filhos se espelhem e moldem no dia-a-dia, a voz -o olhar, o "tudo" que quero amar, amar, até ter a certeza que amar assim é exequível. Hoje, acordei feliz. Mais feliz que todos os significados possíveis que a própria palavra incita, graças a ti. Obrigada por me fazeres sentir assim, amada, apaixonada, pela vida, pelos outros, pelo mundo. Obrigada por fazeres de mim a mulher feliz e realizada que sou. Sem sombra nenhuma de dúvidas, we're Better Together.

segunda-feira, março 13, 2006

Está quase!

Faltam só 4 horas. Já estou em pulgas!!! Mal posso esperar que acendam as luzes do palco do Pavilhão Atlântico. Espero que seja tão bom, ou melhor ainda (se é que é possível) do que o concerto de Maio passado, no Coliseu dos Recreios. Jack Johnson é, sem dúvida, o meu compositor e intérprete de eleição, só para terem uma ideia do quão "maluca" sou pelo homem, já tenho os bilhetes desde Novembro. O G. também é outro "maluco" pelo surfista-cantor, aliás foi ele que me pegou a "maluqueira". Desde que acordei que estou hiper ansiosa que cheguem as 20h. Antes disso, ainda temos tempo para deixar a Boboleta entregue aos miminhos da avó T, e só depois é que os dois malucos partem em direcção ao Parque das Nações ao encontro de dois casais amigos igualmente malucos, ou talvez mais ainda, e é assim. Já falta pouco. Há quase um mês que os bilhetes estão esgotadíssimos. Só pode vir aí um grande espectáculo!

Felizmente a C. passou melhor as noites este fim de semana, no entanto, a tosse ainda parece que está para ficar. Como os xaropes que ela estava a tomar não tinham efeito nenhum nas crises, resolvi pôr de lado o Benetussin e desde sábado que lhe passei a administrar o Actifed e o que é certo, é que desde que começou a tomá-lo a intensidade dos ataques já não é a mesma, e apesar da tosse continuar, ela está visivelmente mais calma. (Obrigada, Zita ;) (O único senão é que aquilo dá uma "grande pedra" e a criança passa-me o dia a caír pelos cantos). Esta manhã fomos à consulta, a pediatra auscultou-a e verificou que os brônquios estão um bocadinho congestionados, recomendou que substitua o Bisolvon pelo Silomat e que continuemos com o Actifed, mas como o caso da C. não é um caso concreto de alergia a um elemento específico, reencaminhou-nos para um alergologista, para fazer umas análises ao sangue e estudar os antecedentes alérgicos, meus e do pai. Entretanto, ordenou simpaticamente, que retire dos quartos, qualquer espécie de mantas de pêlo, edredons de penas (curiosamente o da C. é de penas), tapetes (que quase não tenho), peluches que ela tenha no quarto (não tem), e o principal, que ela se mantenha à distância do nosso inquilino de 4 patas (isso é que vai ser mais complicado). Enquanto isso, a Boboleta convenceu-se seriamente que vai ter um mano, e vai daí decidiu convencer os outros também, a modos que esta manhã quando a fui levar ao colégio fiquei surpreendida quando a educadora dela me veio receber à porta com um "Parabéns pelo menino!" :S Não sei quantas vezes vou ter de "descalçar a bota", uma vez que a C. fala pelos cotovelos e por este andar, metade do Concelho deve estar a pensar que vou ser mãe de um rapazola. Mas as dúvidas vão acabar brevemente, pois no próximo dia 20 temos nova ecografia e aí já vamos poder espreitar se o "peixinho" é um rapazito ou uma menininha. Por falar em "peixinho", hoje completamos 16 semanas e 1 dia, já estamos a meio do quarto mês (Lord, como o tempo passa rápido!), as saias e calças já ameaçam não fechar na linha da cintura, os enjoos matinais parecem ter desaparecido (finalmente!). Aqui a mãe Coral está boa, apesar de se sentir muito cansada e de andar com uma soneira descomunal, mas no geral, mamã e "peixinho" estão bem e recomendam-se.

sexta-feira, março 10, 2006

...

Ontem a C. apanhou-me de surpresa e, mais tarde ou mais cedo, esta pergunta ia acabar por surgir naturalmente...
- Mãezita, o meu vô inda tá lá em cima do céu?
Pausa para respirar fundo.
- Está filhota. O avô A. está lá em cima no céu, a olhar por ti, pelo papá, por nós todos.
Pausa silenciosa dela.
- E quando é que o avião dele volta, mãe?
- .......

Se todas as coisas na vida fossem assim tão fácéis de resolver, Boboleta...
Há certas coisas neste mundo dos crescidos, minha pequenina, que por mais que nos custem a aceitar, temos de aprender a viver com elas. Um dia explico-te, mais tarde.
Enfim, mudando de assunto, não me consegui "esquivar" a ser novamente picada e lá fiz as análises todas que a Drª I. pediu. Esta manhã fui mostrá-las à médica de família, os resultados estão dentro dos valores normais, confirmou-se o princípio de anemia (causa provável da perda de peso), já estou a ser medicada para travar o processo, tenho tomado o suplemento de ferro e as cápsulas de vitamina C, todos os dias. A alimentação também está a melhorar, pelo menos tenho passado a ter mais refeições sentada (o que já é um progresso), o maridito tem levado a sério o papel que lhe foi incumbido pela Drª e não me deixa levantar da mesa sem comer tudo o que está no prato, até a C. já me diz "tens de papar tudo mamã pó meu mano ficá godinho" :) De resto, tenho tido umas noites péssimas, com a Boboleta a ter crises de tosse umas atrás das outras e eu e o pai a levantarmo-nos de 3 em 3 horas para lhe dar o xarope e de 5 em 5 minutos para ver se ela está bem. É uma aflição para ela, que não consegue ter um sono descansado e para nós, que temos de vê-la naquele estado, a tossir a noite toda, às vezes o esforço para tossir é tanto que fica com o rosto todo suado, ao ponto de ter de lhe prender o cabelo, as bochechas ficam todas vermelhuscas e há momentos em que a tosse é de tal forma forte que quase a leva ao vómito, eu já não sei o que fazer, nunca vi nada assim. Por vezes, com receio que lhe falte o ar durante as crises, tenho de a sentar ao meu colo e dar pancadinhas nas costas, digo-lhe que já passou, que vai passar (o que é certo é que a cada dia que passa só tem vindo a piorar), ela durante os ataques, mesmo a dormir, lá resmunga uns humms e umas choraminguices pelo meio, e eu sinto-me frustrada q.b por não poder fazer mais nada para ajudar a passar. Até a temos levado para dormir na nossa cama porque assim estamos mais perto e sempre podemos acalmá-la durante os ataques de tosse. E estamos assim há quase uma semana, há mais de 4 dias que eu e o pai não pregamos olho. Vamos lá ver o que a pediatra vai dizer na segunda feira, se se vem a confirmar ser mesmo tosse alérgica, entretanto tenho intercalado o Bissolvon com o Benetussin, mas não tem dado grande resultado. As crises continuam, ela a sofrer todas as noites, nós a desesperar, e o que é mais estranho no meio de tudo isto é que os ataques de tosse só acontecem à noite durante o sono, porque segundo as educadoras e a avó Mi, durante o dia a Boboleta está óptima e nem sequer tem tosse :S Sinceramente, já nem sei em que pensar. Anyway, esperemos que esta noite seja mais calma.
Bom fim de semana

terça-feira, março 07, 2006

Tcharaaaaaaaaaammm!!!!

E porque a Boboleta sempre foi perita em contrariar todas as estatísticas, uma fonte próxima fez-me chegar aos ouvidos a seguinte conversa:
- Então Conchinha gostavas mais de ter um mano ou uma mana?
- Um mano!
- Um mano?! Não gostavas mais que fosse uma mana para poderes brincar com ela...
- Não! Eu quero um mano pa podê empurrá no carrinho...
- Mas se for uma mana também podes empurrar no carrinho, não é?
- Sim, mas eu quero um mano pa podê empurrá no carrinho dos manos!!!


Imagino a cara da Sra. que fez de interlocutora neste diálogo. Certamente que tinha a melhor das intenções quando lhe fez a pergunta. Com que então um mano! E eu que ouço, todos os dias, relatos de mães que contam que as filhas sempre preferem uma mana em vez de um mano, para poderem brincar juntas...
Visto que não me resta grande escolha: Ora, se faz favor D. Cegonha, faça lá a gentileza de trazer um mano para a minha filha poder empurrar no carrinho! :)
É só porque eu e o pai, neste momento, já não podemos fazer grande coisa...

sexta-feira, março 03, 2006

:)))))))))))))))))))))))

É assim que me sinto depois da "prova de fogo" desta tarde. Ainda não ficou nada acordado, mas posso adiantar que os ventos estiveram muuuuuuuito favoráveis para o meu lado. Tenho quase a certeza que consegui cumprir os objectivos a que me tinha predisposto e acho que acabei por me sair bem. Se calhar até melhor do que esperava. Neste momento, estou mais que esfuziante, só me apetece sair pela rua e "espalhar" aos quatro ventos tamanha felicidade. E brindar a novas etapas (ok, só um golinho de champagne porque não consigo mesmo resistir). Se esta tarde me sentia uma "pilha" quase a perder a bateria, agora estou tão contente que parece que estou ligada à tomada. Como costuma dizer a minha mana mais nova, estou com a "pica toda" :) Não sei ao certo o que me espera nos próximos dias. Só sei que quero viver este momento. E saboreá-lo agora, enquanto tenho direito. Só é pena que esteja a chover, senão acho que ia curtir all night long.

Dia D

D. de desafios, de abertura a novos horizontes (espero) . Hoje vou ser posta à prova. Espero sair-me bem, afinal, há duas semanas que me tenho "esfalfado" a trabalhar, que tenho tido insónias atrás de insónias, que tenho dado tudo (e ainda mais um bocadinho) de mim. Só eu sei o quanto me tenho esforçado nestes últimos dias para fazer tudo da melhor maneira, sem erros ou margem para dúvidas, sem desculpas (sou demasiado exigente e perfeccionista comigo própria -não as aceito), para ter tudo organizado, a tempo e horas. Só eu sei o quão "vazia" me senti por dentro durante as três noites que estive de "serão" no atelier, sem a minha filha e o meu marido por perto. Nem sei bem como consegui. Tive de obrigar-me a mim mesma a conseguir. Aliás, obrigada aos meus dois amores pelos "constantes" incentivos que me deram, e a força que me deste, tu, que tens demonstrado ser o melhor pai e companheiro que alguma vez sonhei sequer merecer. O essencial já está feito, finalmente. Agora que penso nisso, sinto que superei as minhas metas. Acho que nunca me esforçei tanto em algo na vida. Tanto trabalho de minutos, horas, dias, para hoje, num mísero milésimo de segundo, acabar ou, quem sabe, iniciar-se uma nova etapa. D. de decisão. Decisão que já não depende só de mim, mas na qual estou empenhada em continuar a dar o meu melhor esta tarde. Enfim, chega de maus presságios, há que pensar positivo, enfrentar o "touro pelos cornos" (que linda metáfora, Srs. Engenheiros), mesmo que para isso tenha de ser necessário ouvir um temido "não"... Se na conclusão do trabalho fiz questão de não dar margem para possíveis dúvidas, o caso agora é exactamente o oposto. Nem sempre se ganha na vida, isso foi uma coisa que aprendi desde cedo e que hei de agradecer sempre aos meus pais por me terem ensinado, assim como agradecer-lhes o facto de me terem encorajado sempre a lutar por aquilo que quero na vida. Mas é em momentos como este, que não quero ter margem para dúvidas, que não quero ter de sentir margem para uma indesejada -porém inevitável -"frustração", e em que não quero ter de lidar com o D. que mais temo. O D. de desilusão.
Não sou lá muito de superstições, mas pelo sim e pelo não, podem fazer figas por mim esta tarde? :)
Ps: Estou a tentar disfarçar, mas estou uma "pilha".
Bom fim de semana!

quarta-feira, março 01, 2006

"Olhe, era mais um feriado de Carnaval destes, se faz favor!"

Feriado de Carnaval. Mais um, menos um, nunca dei muita importância. "Programa" do costume, almoço em família, pegar nas crianças (C. e primos) rumo em direcção aos jardins de Belém (que como já vem sendo da "praxe" estavam a transbordar de princesas e homens aranha). Chegar -não chegar, "rezar" por dois lugares para estacionar (no Carnaval é o "caos" absoluto). Voltas e mais voltas, marcha atrás repetida 100 vezes -mais de 10 minutos nisto, um lugar, dois lugares mesmo um atrás do outro (tivemos sorte). Sair do carro (finalmente!), mal abrimos as portas sairam "disparados" um Peter Pan, uma bailareta (mistura de bailarina com borboleta) e uma joaninha. Correm em direcção às filas intermináveis para os escorregas e baloiços. Miudagem por todos os lados, o ambiente convida à "desforra total", eles não param um segundo. É um "ver se te avias". Bancos livres não há (apesar de ocupados haverem imensos), os papás e tios dos meninos ficam em pé. No meio de todo este cenário, confusão geral -serpentinas, confétis, "concentração" de Noddys e bruxinhas. Quase uma hora nisto. Os bancos cada vez mais ocupados. Tios e papás decidem mudar de "cenário", os meninos não querem arredar pé do parque, os tios são mais espertos que os pais e lá conseguem dar-lhes a volta -três chupas de morango (nada que uma táctica de "suborno" não resolva). Troca de cenário. Esplanada da Quadrante (CCB), ambiente mais acolhedor, harmonioso, muito menos confuso. Mais espaço, tranquilidade, menos confétis e "gritinhos" de fundo, sol fabuloso. Papás e tios sentados (estava a ver que tinhamos de "subornar" mais alguém P.! ;), lanche -gargalhadas, as crianças a brincarem à "apanhada" -um nariz a sangrar, nada de grave. 5h00, fita descomunal da "bailareta" que preferia a companhia dos primos a ter de voltar para casa. Choro -soluços ofegantes, mamã insiste pela quinquagésima vez -mamã começa a perder a paciência. Tia ofereceu-se, "quem ouve gritinhos de dois, ouve gritinhos de três" (não estavas só a tentar ser friendly, ou estavas?!?). Pareceu-me que não. Questão resolvida. Bailareta entregue, papás regressaram a casa. Dvd escolhido, sofá, mantinha, tudo a postos, play -mas aqui a mamã deixou-se adormecer ainda a "procissão ia no adro". Quando acordou já era de noite, acordou cheia de boa disposição (parecia que tinha dormido o "sono dos justos") e com uma vontade "doida" de comer lasanha. (Não sei -o filme era italiano, é possível que durante o sono tenha havido uma associação de ideias). De volta para ir buscar a "bailareta", o pai decidiu trocar as voltas à mãe e levá-la a esta "Itália". Mesa para dois, vista panorâmica sob o Tejo, ponte 25 de Abril iluminada ao fundo, cheiros -pizzas, paladares, o serviço continua a saber como não decepcionar. Lasanha divinal, pizza de banana com calda quente de chocolate e gelado de baunilha para sobremesa -bis, tris. Capuchinos. Mamã refastelada. Brisa marítima de fundo, mesmo assim esteve uma noite fantástica. Lisboa "acesa" na escuridão (cidade ainda mais bela de noite). Caminhada de "mãos dadas com o Tejo" até ao carro, caminhada longa -porque a mamã estava mesmo a precisar de uma ajuda "extra" para a digestão. Sinal verde -"bailareta" cada vez mais perto, Lisboa magistralmente bela, sinal vermelho -CD on- Sérgio Godinho/"Lisboa que amanhece", no momento e lugar certos. Campaínha. Casa da tia. Bailareta, Peter Pan e joaninha já no sétimo sono (tal deve ter sido a tarde de galhofice). Agradecimentos, despedidas. De volta a casa. Todos se deitaram. A mãe ainda deu uma "trinca" numa maçã -para ajudar à digestão. Apagou-se a luz. O gato miou. "Boa noite, gato!". Miou novamente. "Xiiiiu gato, ainda acordas a bailareta...".
Ps: E eu que nunca simpatizei com os feriados de Carnaval em particular, este, não me importava nada de repetir.