O dia a dia de uma mamã e das suas Borboletas...

segunda-feira, julho 31, 2006

Fim de semana atribulado

E porque um azar nunca vem só, uma tarde bastou para a minha filha esfolar ambos os joelhos num parque infantil e deixá-los em ferida (estão uma lástima, saiu-lhes a pele toda -não seria "suposto" um piso sintético evitar ferir as crianças?!?! -como consequência custa-lhe a andar, é uma tortura sempre que chega a hora de desinfectá-los "dói muito mãe, dói!". Eu sei que doem e ardem mas que mais posso fazer além de já dar muitos beijinhos... Acredito que lhe deva doer horrores :S

O pai também decidiu juntar-se à filha e dar um "ar da sua graça" ao acabar uma demonstração de Kitesurf com uma lesão no menisco. É o que dá, a adrenalina e a ambição de querer "voar" sempre mais alto. Tem a àrea lesionada ligada e coxeia da perna esquerda. Tratamento -muitos saquinhos de gelo, analgésicos, uns bons dias de repouso e não esforçar demasiado a perna. :S

Eu continuo cada vez com mais dores nas costas, a barriga está enooooooorme (a barriga e eu), já não tenho posição para dormir (tenho de usar duas almofadas, uma para colocar debaixo das costas, outra por baixo dos joelhos). Para complicar, ando com insónias, que é uma coisa que quase nunca, ou melhor, nunca mesmo é costume ter. E insónias e dores nas costas realmente não combinam, é um facto.

Como se tudo isto ainda não bastasse hoje devia ser "supostamente" um dia para comemorar. Fazemos 6 anos de nós, 6 anos de vida em conjunto, 6 anos desde que démos o passo mais importante da nossa vida a dois. Deviamos comemorá-los, de alguma forma, mas está difícil. Era suposto irmos jantar fora, deixar a Boboleta entregue aos avós, mas esta maldita lesão veio deitar tudo a perder. Parece que vamos ter mesmo de "montar" a mesa no terraço...
O ponto da situação é o seguinte -a ele, custa-lhe levantar, a mim custa-me fazer seja o que for, no mesmo cenário a C. chora e reclama constantemente o nosso colo porque lhe doem os joelhos :S Esqueci-me de dizer que ainda são só 11h da manhã! Para "melhorar" o espírito da coisa ainda tenho esperança que logo à noite os ânimos acalmem cá por casa e quando ela já estiver finalmente a dormir, se arranje um climazito romântico qualquer... ;)

Nota: Hoje os "smiles" estão todos a verde, em homenagem ao meu Sporting Clube de Portugal, que ao contrário de mim, ultimamente anda cheio de "pica"! :
D

quinta-feira, julho 27, 2006

A "Festa"

Desta vez, foi uma "festa" diferente. Jantámos em família. Avós, avô, tios e tias (obrigada manas por terem vindo de propósito ;), primos e alguns amigos mais próximos, e um jantar de-li-ci-o-so preparado pelas duas avós (obrigada mãe, obrigada avó T.). Um bolo de aniversário feito de smarties, sobremesas, sortidos e uma aniversariante sempre muito bem-disposta e incrivelmente enérgica (segundo soube, a festinha à tarde no externato, foi um "ver se te avias", os miúdos divertiram-se à grande -só sobraram duas fatias de Noddy quando a fomos buscar -que eram as que estam "reservadas" para mim e para o pai! :)
Eram 22h e ela continuava cheia de pedalada, a jogar às escondidas com os primos pela casa, só a conseguimos "travar" na hora de lhe cantarmos os parabéns. Cantou-os de cima de uma cadeira, enquanto todos ao seu redor a acompanhavam, ela ria-se toda, parecia tão feliz a minha menina "gande"... Foi uma imagem que me ficou, gravada, acredito que para sempre. Depois de apagar as velas, ajudou a avó Mi a distríbuir as fatias de bolo pelos presentes e quando a avó lhe disse, baixinho, "Esta é para dares à mamã...", retorquiu admirada "Não vó, esta é pa dar à minha mãe e à minha mana!". Fiquei emocionadíssima, qual madalena arrependida, soube tão bem ouvir aquilo da minha filha, dito daquela forma... Escusado será dizer que foi a melhor fatia de bolo que comi em toda a minha vida. Seguiu-se a abertura dos presentes, entre tantos, uma bicicleta côr de rosa, com rodinhas atrás e um cestinho branco à frente. "Ó pai é igual à da Floribella! Mãe, olha, mãe!!!", exclamaste entre sorrisos. Pois, foi um passarinho que nos disse que era aquela que querias. Ficaste excitadíssima com o novo brinquedo, já só querias andar pelos corredores fora a atropelar os amigos do pai e da mãe! Enquanto todos conversavam e se divertiam, observava-a à distância, alegre, a transbordar de vida... Realmente os anos passam à velocidade da luz, e agora que me apercebo disso, a minha bebé já está grande, já tem 4 anos... e como já referi aqui, está tão diferente a cada dia que passa, cada vez nos surpreende mais, pela positiva. Ontem, divertiu-se à grande a minha filhota "gande". Tinha-lhe explicado previamente que, este ano, não ia dar para fazer uma festa igual às que ela está habituada, que não ia ter tantas coisas nem tantas pessoas, que não ia poder dar-me a grandes esforços mas que ia fazer o possível para que esta fosse igualmente inesquecível. Compreendeu a minha situação, sem dramas, e sem ser preciso repetir-lhe mais que uma vez. Está a ficar uma crescida a minha bo-bo-le-ta, está pois! De facto, pode não ter sido a maior festa que alguma vez lhe fiz, mas foi sem dúvida, uma noite repleta de momentos memoráveis.

Ps: Entretanto, outra constatação. Já estou em 10º lugar aqui ! Às vezes custa-me acreditar que falta tão pouco tempo...
Por hoje, deixo um beijinho muito especial a esta menina. ;)

quarta-feira, julho 26, 2006

Hoje...



...4 anos de ti. 4 anos de nós. 4 anos a saber o que é amar incondicionalmente... Parabéns, pedaçinho meu! Hoje, para ti, o mundo!!!

segunda-feira, julho 24, 2006

Então é assim:

1- As nossas mini-férias foram excelentes, adorei! Ou melhor, adorámos! Passeámos, divertimo-nos, mimámo-nos muito os três, fomos a banhos (fui só uma vez, mas já conta :), a C. tirou uma "barrigada" de praia e de piscina, o tempo também contribuiu, esteve sempre bastante agradável (nada de tempestades para aqueles lados, apenas uns chuviscozitos). Resumindo, correu tudo muito bem, não houve preocupações nenhumas, foram 5 dias que superaram em tudo as minhas expectativas para estas férias, em suma, foi mesmo muito bom.

2- Aqui a boboleta pequenina deixou-se, finalmente, de reservas (ouviu certamente o meu "pedido") e lá se decidiu a fazer-me a vontade. Deu a volta, pois! Às 34 semanas e dois dias! Foi tudo muito rápido (uma questão de segundos), só uns minutos depois é que dei realmente conta do que tinha acabado de acontecer. Estava na praia a descansar, debaixo de uma palhota (cenário muito pouco apetecível, não é?:) quando senti a M. remexer-se toda aqui dentro, foi uma situação um pouco estranha devo dizer, senti-a literalmente a dar uma espécie de "cambalhota" dentro de mim. E deve ter-se esticado bem a cachopa porque logo em seguida senti uns "amigáveis" pontapés na zona das costelas, que por momentos não me cortaram a respiração nem nada :S Apressei-me a chamar o G. que estava com a C. na água, liguei de imediato ao meu obstetra a contar a novidade (sempre um doce de pessoa, o Dr F.) e foi assim, ainda não tinha "caído" totalmente em mim, na verdade já tinha deixado de acreditar nesta possibilidade, e como tal, depois desta agradável e inesperada surpresa da filhota fiquei muito, mas muito feliz!

3- Sexta-feira. Ainda aproveitámos o sol da manhã antes de nos fazermos à estrada e nos despedirmos da "Compota". A C. até chorou, não queria vir-se embora. Para dizer a verdade também a mim me apetecia ficar...Mas teve mesmo de ser, estava marcada para o final da tarde uma última consulta de obstetrícia que não se podia mesmo adiar. Chegámos a casa por volta das 15h, ainda deu tempo para uma soneca antes de seguirmos para o consultório. 18h e lá fui fazer aquela que foi a minha última ecografia. Estava feliz, por um lado, porque sabia que ia rever a minha filha, "triste" por outro porque também sabia que seria a última vez que a tornaria a ver diante daquele ecrã que, subitamente, se tinha tornado tão familiar ao longo de todos estes meses. Lá estava ela, desta vez muito envergonhada (não parou de mexer as mãozinhas em frente da cara, como se teimasse em escondê-la). Logo à primeira- a confirmação de que já está prontinha para o "pontapé de saída", constatação que se veio a consolidar depois do toque, que foi assim um bocadiiiinho para o custoso, valeu o beijinho do G. para me dar uma força. Batimentos cardíacos da piquena a 142 batidas p/m (haja fôlego filhota!), peso estimado à volta dos 2,380kg, sim parece que a cachopita engordou umas gramas desde a eco anterior (pudera, ultimamente tenho sofrido de uns ataques de (in)saciedade aguda e como tudo como se não houvesse amanhã). A tensão está um pouco melhor embora ainda se mantenha baixa (10,5/6). Como tudo o resto parece estar dentro da normalidade, o Dr F. lá respondeu à minha questão acerca do parto com um "vamos ver, vamos ver". Tudo indica que poderá mesmo vir a ser parto normal :))) Ficou acordado que se assim suceder, não faço grande questão (o que não significa que não farei- conjugação futura do verbo fazer) de optar pela administração da epidural. Bom, isso digo eu agora, "a quente", mas "vamos ver, vamos ver" :) De qualquer das formas a recomendação é para continuar a descansar ao máximo no que ainda resta deste último trimestre e esperar que a filhota, entretanto, se digne a avisar para quando é o "pontapé de saída". Apartir de agora é tudo uma questão de tempo, e de espera também, como o Dr F. fez questão de reforçar. Começou a contagem decrescente. Daqui para a frente está tudo entregue à minha "menina do mar" :). Eu aqui estou, a aguardar cada vez mais ansiosa pelo momento em que hei de tê-la juntinho, bem juntinho a mim.

segunda-feira, julho 17, 2006

On our way to "Compota"...

Dentro de, sensivelmente, duas horas partimos de casa em direção à "compota". (Compota= expressão retirada do dicionário da editora "Constança", tradução Boboleto -português, significado real= Comporta, aldeia do Alentejo situada no concelho de Alcácer do Sal, próxima à Península de Tróia.
Vamos sobretudo para descansar, mas também para passarmos mais tempo juntos, passearmos, estarmos em contacto directo com a natureza, aproveitarmos o sol e a praia, naquelas que serão as nossas últimas férias a três. Há dois anos que passamos por aqui e gostamos sempre de lá voltar. Gosto muito da tranquilidade que este sítio me transmite, adoro a paisagem redundante (magnífica), as gentes afáveis e acolhedoras, a gastronomia divinal (a carne de porco à alentejana nunca escapa, desta vez não será excepção, e com direito a amêijoas e tudo!). Definitivamente, gosto muito do Alentejo. Desde miúda que passo as minhas férias de verão na planície alentejana, talvez por isso, cada vez que piso solo alentejano me sinta, praticamente, como se estivesse em casa. Estou muito feliz por passar os próximos cinco dias na companhia das duas pessoas que mais amo, e num lugar que adoro, mas não consigo deixar de sentir uma certa ansiedade, quase que uma "obrigação", de querer fazer tudo, todas as coisas com eles (embora não possa nem consiga, sequer, fazer a maior parte das coisas) sinto, talvez por ser a última vez que passamos férias só os três, que devo fazer tudo o que esteja ao meu alcance, dar "tudo" de mim agora, para que num futuro próximo quando estiver mais dedicada e absorvida pelo nascimento da M., não estranhem nem sintam (principalmente a C. ) uma, mais que provável, falta de atenção da minha parte. Lá estou eu, mais uma vez (e como já vem sendo costume), a entrar em "suposições"... Não sei se me faço realmente entender com estas minhas palavras, provavelmente será difícil para quem está a "observar" de fora compreender tudo aquilo que sinto mas, nesta fase da minha vida, não sei se por sentir que o momento de ter a minha filha nos braços está cada vez mais perto, se são apenas consequências "normais" de estar em casa estes dias todos literalmente "de papo para o ar", ou se a desconfiança de que estou a enlouquecer aos pouquinhos se torna cada vez mais uma realidade...o que é certo, é que desde que entrei oficialmente na chamada fase "do não fazer nenhum", sinto e experiencio sentimentos ambíguos, ando um turbilhão de emoções nos últimos tempos, sou capaz de chorar se cair um alfinete... Nunca estive "assim", estou muito longe de ser "assim" no meu estado normal (e quem me conhece sabe bem que é verdade) mas, de facto, não me restam muitas alternativas, ando com as emoções todinhas à flor da pele, não consigo, por mais que tente, encontrar uma justificação aparente so let's blame it on the hormones! :D Estas mini-férias vão fazer-me muito bem, tenho a certeza, pelo menos sempre ajudarão as hormonas a dispersar um bocadinho... Entretanto, só espero que aqui a filhota se mantenha sossegadinha, que dê a volta de preferência mas que, se por acaso assim o decidir, fique mesmo só por aí, caso contrário teríamos a estreia de uma alentejanita de gema na família. :) O que, de certa forma, seria muito engraçado até porque como já disse, adoro o Alentejo. Voltamos sexta-feira. Até lá!

quinta-feira, julho 13, 2006

Ataque (precoce) de ciumeira???

Ontem à noite enquanto a tentava adormecer...

- Main, quando a minha mana naxê tu vais mudar as faldas dela?
- Pois, filhota. Tem de ser.
- E vais vestir as roupitas?
- Sim, tenho de a vestir, não é?
- E também vais lavá o cabelo dela na banheira?
- ?!?!?!? Sim, filha, também...
(Momento de silêncio)
- E vais dá beijinhos?
- Claro, eu, tu, o papá, todos!

- Hummmm...então tá bem.

Acho que não preciso explicar mais nada. Desde o princípio que tanto eu como o pai percebemos que era tudo uma questão de ciúmes. O facto dela ter rejeitado a irmã logo ao início, estava directamente relacionado com a questão da partilha, não só do seu espaço, das suas coisas, mas também (e aqui é que está o cerne da questão), da partilha de uma mãe e de um pai, que ela estava habituada a ter só para ela. Para quem estava habituada a ter tudo, sempre a mimámos muito (talvez tenha sido essa a grande "falha" e a possível razão por trás da rejeição da mana), não deve ter sido fácil de um momento para o outro aceitar a vinda de um novo elemento que, indubitavelmente, vem mudar tudo num universo que até então era só dela. De repente, a minha filha, que esteve quase 4 anos a ser o centro das nossas atenções, viu-se confrontada com a chegada de alguém, que ela não tinha pedido para vir e que, de certa forma, começou aos poucos a "impôr-se" nas nossas vidas, e na dela inevitavelmente, por mais que ela tentasse evitá-lo. Esse período de rejeição da irmã, que relembro, afectou-me a mim directamente, foi uma fase difícil para ambas. Mas depois de um período de adaptação nada fácil, agora posso dizer que tenho, finalmente, a minha filha de volta. A C. está completamente diferente. Não sei se por estar a ficar mais crescida (está quase a fazer 4 anos), se por começar a aperceber-se que a chegada da irmã não lhe vai "roubar" o espaço que é só dela, não sei, qual o motivo desta mudança, ao certo. O que é certo é que a minha filha mudou, para melhor. Principalmente desde que me vi obrigada a meter baixa e passei a estar em casa, voltou a ser novamente carinhosa para mim, não sei se por me ver mais vulnerável e carente, por vezes até exagera nos mimos. Dá-me muitos beijinhos enquanto estou a descansar, faz-me festinhas na barriga, dá-me imensos abraços, quer dormir sempre agarradinha a mim e à mana, agora até pede para dormir comigo e com a "minha mana". A grande diferença é que noto que ela age como se não quisesse lembrar-se dos tempos difíceis por que passámos as duas, e sinceramente, também já passei uma borracha no assunto. Passou a olhar a mana de outra forma, mais doce e ternurenta, vejo nos olhos dela que está desejosa para conhecê-la. Nos últimos tempos tem feito imensas perguntas, se vai ser careca, se vai ter muito cabelo, se vai ser parecida com ela, se comigo, se com o pai...Eu respondo sempre, muito democraticamente, que vai ter um bocadinho de todos :) Desde que estou em casa os nossos fins de tarde têm sido uma galhofice total, assim que chega do colégio -banhoca, vemos o Noddy enquanto jantamos, depois regamos as plantas, tratamos dos bichos (Mimo -gato, Sebastião e Luna -peixes), pintamos, lêmos histórias, fazemos penteados uma à outra (nova "tara" da minha filha), até que acabamos sempre por adormecer as duas no sofá e o pai lá tem de nos levar cada uma à sua cama. Nunca me senti tão próxima da C. como agora. Gosto destes momentos, a duas. Enquanto ainda sou só eu e ela. Enquanto o factor-tempo ainda está nas nossas mãos. Até a M. nascer vou ser só da minha filha, prometi-lhe. Se por vezes desejo que os dias se apressem, outras gostava que o tempo parasse. Têm me sabido muito bem estes momentos, só nossos. Decididamente, não quero que o tempo passe. Já sei que vou ter saudades.

segunda-feira, julho 10, 2006

Novidades, emoções, desilusões e tudo misturado...

Mais um fim de semana, mais uns diazinhos de molho, mais uma semanita de Maria. A C. está melhor, não vomitou mais e já voltou a comer, embora ainda esteja um bocadito murchinha hoje já foi ao colégio. Eu estou mesmo com uma amigdalite em cima, a garganta inflamada, custa-me engolir, a voz está uma lástima e a febre, por enquanto, está controlada. Hoje acordei com 37.5º, nada mau se comparar com os 39.2º que o termómetro registou sábado à noite. Mas vamos às novidades. Esta manhã tive consulta no obstetra, confesso que depois deste tempo todo em repouso absoluto já sentia falta de saír de casa, respirar outros ares, e nesse sentido, a visita ao consultório fez-me muito bem. Ao aperceber-se da minha ânsia para ver a M., o Dr F. não me quis fazer esperar muito, deitou-me logo na marquesa e besuntou-me a barriga com aquele gel "manhoso" que eu adoro e que me deixa sempre toda a colar. Mas isso pouco importava, queria muito ver a minha filha, estava desejosa. Close-up e lá estava ela, uma mão aberta na cara a outra dentro da boca, só depois do Dr F. ter aumentado o zoom da imagem conseguimos perceber que ela estava a chuchar o polegar da mão esquerda. Foi muito engraçado, era perfeitamente nítido que estava a chuchar no dedo, o que me fez pensar que, talvez, num futuro próximo não tenha de me vir a preocupar mais com a "velha" questão das chuchas, que tanto me tem atormentado com a mana mais velha. Era mesmo muito bom. Só tenho pena de não ter ficado com nenhum registo deste momento delicioso da M., é que o pai ultimamente tem andado tão "desorientado" que ontem se esqueceu de carregar a máquina e hoje quando se preparava para registar o momento a máquina desliga-se automaticamente :S Fiquei triste, gostava muito de ter ficado com um registo deste momento terno da filhota, para a posteridade. Mas adiante, voltei a ouvir o "tum-tum, tum-tum", emocionei-me como sempre, o pai idem idem, anda um "bebé-chorão" o pai :) Medições, batimentos cardíacos, tudo dentro dos parâmetros normais, o peso estimado da piquena ronda os 2,190kg, o que é óptimo tendo em conta que na eco de urgência os médicos tinham garantido que a M. era muito pequenina. Além disso, ao contrário do que pensava, engordei 8,5kg até agora e não apenas 7 como referi num post anterior, o que em nada me surpreende dado que estes dias em casa têm sido "fatais", no sentido de que quando não estou a comer estou quase sempre a petiscar alguma coisa. Segundo o Dr F., se ganhar mais uns quilitos não faz mal nenhum, só iria reforçar ainda mais o peso da filhota, o que seria muito bom. Mas isto, claro, pondo de parte os doces e outras coisas "boas" que tenho comido durante este meu período de ócio total. A tensão continua muito baixa (o calor também não ajuda), voltou a recomendar que bebesse um cafézito sempre depois de almoço (o que já faço desde a última consulta). As dores nas pernas e costas que tenho sentido nos últimos dias, justificou-as pela falta de exercício físico, aconselhou-me a fazer pequenas caminhadas diariamente (não mais de 10 minutos) para ajudar a circulação e prevenir inchaços. De facto, desde que estou de baixa que tenho passado muito tempo em casa, só saio para ir beber café e nada mais. De resto, tirando a amigdalite e o cansaço acumulado, está tudo bem connosco. O problema, que segundo o Dr F. não é um "problema", é que a M. ainda não deu a volta e continua sentada, o que às 33 semanas e quase 2 dias me deixa ligeiramente apreensiva e até um bocadinho "desiludida" dado que me retira um pouco as esperanças de poder vir a ter um parto normal. O Dr F. garantiu-me que não é motivo para preocupações, que não há uma data específica para dar a volta, que difere de bebé para bebé, e que ela irá certamente dar a volta nos próximos dias, (o que é certo é que a C., por altura da última eco, já estava prontinha para o "pontapé de saída"). O Dr F. acha que, no meu caso, o caminho mais fiável a seguir seria a cesariana, contudo, não descarta a possibilidade de poder vir a optar por um parto normal, embora só o possa confirmar numa próxima e última eco (que está marcada para dia 21), e que só depois de a M. dar a volta (se a der) e depois de analisar a minha situação clínica poderá afirmar com toda a certeza se um parto normal será ou não arriscado. Não vou negar que não fiquei triste, a C. nasceu de cesariana, depois de ter estado até ao último minuto para nascer de parto normal, mas após 6 horas de pleno sofrimento em que não fazia a dilatação suficiente, os médicos optaram por fazer cesariana. O parto da C. ainda está muito presente na minha memória, marcou-me muito, não pela negativa pois felizmente correu tudo bem, mas por ter sido tudo aquilo que não tinha imaginado e por, de certa forma, ter "quebrado" todas as expectativas que tinha até então. Desta vez, e apesar de não conseguir esconder que gostava muito de passar pela experiência de um parto normal, prometi que não me vou preocupar demasiado nem criar muitas expectativas em torno do assunto, o que tiver de ser será, e o que o Dr F. decidir será, certamente, o melhor. Até lá vou prosseguindo a contagem decrescente, e já só me resta pedir à filhota que colabore e dê a volta o mais rápido possível, é que a barriga já pesa e a cada dia que passa cresce mais e mais o nosso desejo de a conhecer e de tê-la, finalmente, junto a nós.

sexta-feira, julho 07, 2006

Estamos...

Em casa, as duas. Esta noite foi complicada. Ela vomitou a cama toda, lençóis, almofada, tudo. Eu e o G. passámos a noite em claro, não dormi praticamente nada, estou de rastos, acordei cheia de dores no corpo, quase não me conseguia mexer, para complicar acho que estou também a "chocar" alguma, dói-me a garganta e sinto-me meio febril. Ontem quando o pai a foi buscar ao colégio já vinha a queixar-se que lhe doía a barriga. Não tenho nada a apontar em relação à ementa do externato, a comida é óptima e a C. nunca reclamou. Mas às vezes questiono até que ponto um lanche composto por leite com chocolate e pão com tulicreme consegue ser minimamente saudável para crianças entre os 3 e os 4 anos...O que vale é que o lanche é diferente todos os dias. Há pouco consegui que ela comesse, muito a custo, um bocadinho de peixe cozido que a avó T. fez para o almoço. Agora adormeceu. Está deitada a meu lado na minha cama e ouço-a respirar enquanto escrevo. Deixo-a dormir, calmamente. Está calor no quarto, mesmo com a cortina corrida. Destapo-a, com esperança que venha a acordar mais "fresca". Entre uma palavra e outra que escrevo, olho-a de soslaio, a dormir, serena, compenetrada. Adoro observá-la enquanto dorme. Está suada, tiro-lhe a camisa de dormir como posso (estou enorme, já quase não tenho liberdade de movimentos). É costume ela suar enquanto dorme, seja inverno seja verão, pergunto-me também até que ponto será normal... Passo-lhe a mão pela testa, apenas por precalço. Fresquinha como uma alface, menos mal. Prendo-lhe o cabelo com o gancho vermelho, devagarinho. Resmunga e num gesto reflexo sacode as minhas mãos. Entrego-a de volta ao sono profundo. É linda a minha filha. Mesmo com carinha de doente. Às vezes custa-me ter noção do quanto amo esta miúda.

segunda-feira, julho 03, 2006

Cumplicidades

- Mãe, tens um dó-dói na tua barriguinha?
- Sim.
- E dói muito?
- Um bocadinho.
- E dói à mana também?
- Não, à mana não. Só à mamã, às vezes...
- É por isso que tu tás sempre a dumir?
- A descansar, sim.
- Pa não doer?
- Sim, para ajudar a passar mais depressa.
De olhos fitados no meu umbigo, e num tom deliciosamente terno:
- Ó barriguinha vê lá se tu deixas a minha mãe dumir e não fazes dó-dóis a ela e à minha mana, tá bem? Senão depois eu fico zangada contigo e ponho-te de castigo, ouviste barriguinha da minha mãe?!?

Ps:
Obrigada a todas pelas mensagens de força que deixaram no post anterior. Não fazem ideia do quanto significa para mim receber mensagens positivas e de ânimo, mesmo que venham de alguém que não conheço pessoalmente. Confesso que não tem sido fácil a adaptação a esta nova vertente "ócio-total" da minha vida, mas com o passar do tempo as coisas têm seguido naturalmente o seu rumo e já começo a entrar mais no "ritmo", embora na verdade "ritmo" não seja a palavra mais indicada para descrever esta fase recente. Está tudo bem com as filhotas, uma deve estar provavelmente, por esta hora, a chegar da praia cheia de conchinhas para me dar (já tenho um balde cheio), a outra, felizmente, ainda está aqui comigo. :)
Eu sinto-me bem, na medida do possível, pesada e cansada q.b. Hoje estou tão "mole" que era capaz de dormir o dia todo. Aliás, desde que estou em casa que durmo e durmo, e durmo e para ajudar à "festa", como e como, e como... Ando sempre cheia de fome, estou quase sempre a "trincar" alguma coisa, a minha sorte é que não tenho muita tendência para engordar, mesmo assim, desde o início da gravidez já engordei 7 kg, estou com 66,5 kg, a balança não engana. As roupas ditas "normais" há muito que já passaram à história, tenho usado muitas túnicas e vestidos que comprei aqui*, e que são com o que me sinto mais confortável. À parte de tudo isto, vou sendo muiiiiiiiiiiito mimada pelo marido, filha, familiares, amigos, vocês... Acho que estou a ficar muito mal habituada "tou, tou". :)

Adenda: Ontem, 32 semanas. E a sensação de alívio de mais uma etapa cumprida.
*
Para as mamãs que estiverem interessadas a loja da "1 et 1 font 3" fica na zona do Príncipe Real, Rua Nova de São Mamede, nº30, Lisboa. (mesmo ao lado do Jardim botânico)