tag:blogger.com,1999:blog-173420742024-03-23T17:49:24.508+00:00Bo-bo-le-tasO dia a dia de uma mamã e das suas Borboletas...Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.comBlogger138125tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1167411418456344852007-01-31T00:30:00.000+00:002007-01-31T00:50:59.473+00:00"The End"<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Durante 1 ano e 2 meses anotei aqui as minhas vivências, partilhei momentos, dividi experiências, escrevi o que me ia na alma e no pensamento. Por vezes, de uma forma tão particularmente sincera acerca dos outros, e até de mim mesma, que me custa rever agora em algumas "passagens". Durante 1 ano e 2 meses fiz deste espaço uma espécie de segunda casa, onde podia expressar os meus anseios e inquietudes, e divagar de livre e espontânea vontade, sem receios nem censuras. Onde registei em palavras sentimentos, onde compartilhei momentos, alguns de pura felicidade, outros de uma dor que não consigo, nem quero relembrar. Durante 1 ano e 2 meses tentei retratar aqui a aventura diária do verdadeiro desafio que é ser Mãe. E o privilégio que é sê-lo em toda a sua plénitude. Com o tempo, este blogue permitiu-me começar a ver as coisas de uma outra forma (mais clara) sobre os outros, sobre a vida, sobre mim. Aprendi imenso sobre mim. Descobri capacidades e testei limites que não sabia existirem naquilo que sou. Cresci. Como pessoa. Como mãe. Sinto agora que consegui cumprir o objectivo a que me predispus quando decidi criar o (ainda) denominado bo-bo-le-ta. Durante 1 ano e 2 meses registei etapas, vibrei com vitórias, aprendi com as derrotas...momentos que sei que mais do que em arquivo guardarei para sempre dentro de mim. Nos últimos meses a vida encarregou-se de me trocar as voltas de uma forma que não estava à espera e para a qual, sei agora, não estava nem nunca estaria em momento algum minimamente preparada. Mas por outro lado, e ultrapassada a "tempestade", também se encarregou de me indicar novos rumos, abrir novos horizontes, propor novos desafios, mostrar novas perspectivas. Agora que sou mãe de duas filhas maravilhosas que amo mais do que a vida, sinto que está na altura certa de me dedicar de uma outra forma, mais pessoal, menos exposta. A minha rotina pessoal sofreu recentemente uma reviravolta de 360º e, como tal, não podia estar mais certa daquilo que escrevo hoje aqui. Resta dizer, ainda, que este blogue foi uma espécie de "dever" cumprido, uma experiência positiva em todos os sentidos. Através deste Universo, em que se transformou a blogosfera, tive a oportunidade de conhecer outras vidas, outras mães, outros filhos, outras histórias...tantas tão diferentes e com as quais, ao mesmo tempo, me identifiquei tanto. Em tudo. Porque acredito cada vez mais que ser mãe tem o "condão" de nos ligar a todas, através de um laço comum, na procura incessante dos mesmos objectivos, numa espécie de linguagem universal e que a páginas tantas nos acaba por ser tão familiar. Ter embarcado nesta "aventura", já valeu pela partilha de experiências, conselhos, pela simples troca de palavras, pela descoberta de afinidades. Por tudo. Sinto que esta é a maior recompensa que guardo desta experiência. Deixo um enorme beijinho a todos aqueles que ao longo do último ano nos acompanharam nesta viagem, e passaram também a fazer parte do nosso universo.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Obrigada pelas palavras, todas. Pela presença. Acima de tudo pela PRESENÇA! Em todos os momentos. Gostei da partilha. Nunca esquecerei o carinho. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Até sempre!</span><span style="font-family:trebuchet ms;"><br /></span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com39tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1167237670995724152006-12-27T17:04:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.456+01:00Porque...<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">...estamos de partida e não gosto de deixar nada por dizer, aqui ficam os meus votos antecipados de um excelente início de 2007 para todos! Boas entradas, "boas saídas"...Não se esqueçam das tradicionais doze passas, e entrem no novo ano com o pé direito! Deixem de lado as amarguras, os tédios e as preocupações banais do dia-a-dia, por uns momentos mandem tudo para trás das costas e sejam felizes!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="color: rgb(0, 102, 0);font-family:Trebuchet MS;" ><strong>*<span style="color: rgb(255, 102, 0);">F</span><span style="color: rgb(0, 102, 0);">E</span><span style="color: rgb(255, 102, 0);">L</span><span style="color: rgb(0, 102, 0);">I</span><span style="color: rgb(255, 102, 0);">Z</span> <span style="color: rgb(0, 102, 0);">A</span><span style="color: rgb(255, 102, 0);">N</span><span style="color: rgb(0, 102, 0);">O</span> <span style="color: rgb(255, 102, 0);">N</span><span style="color: rgb(0, 102, 0);">O</span><span style="color: rgb(255, 102, 0);">V</span><span style="color: rgb(0, 102, 0);">O</span><span style="color: rgb(255, 102, 0);">!</span>*</strong></span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1167139668391247892006-12-27T17:03:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.467+01:00Deleite...<div style="text-align: justify;" align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">À noite, costumo deitá-la no meio de nós na cama e fico só a observá-la dormir, à meia luz. As mãozinhas fechadas como sempre enquanto dorme, o som dos lábios a puxar a chucha, barulhinho bom...<br />Olho para ele e adivinho-lhe os traços dela. Os olhos, o queixo, o nariz. É toda tão pai. E tão eu ao mesmo tempo. Tão minha. Tão nossa. Custa-me perceber, por vezes, como conseguimos fazer algo de tão belo. Tão precioso. Tão perfeito.<br /><br />Obrigada por estes 4 meses, meu amor mais pequenino. Meu tesouro. Meu <span style="font-weight: bold;">tudo</span> que faz de mim tão feliz, mas tão feliz!</span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1166825879298457652006-12-22T22:17:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.469+01:00A todos...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">...os que durante um ano e dois meses nos visitaram, nos acarinharam e de alguma forma passaram a fazer parte da nossa "história", desejo um <span style="color: rgb(0, 102, 0); font-weight: bold;">FELIZ NATAL</span>! Para nós, este Natal terá sem dúvida um significado diferente. Em todos os sentidos...E quando já pensava que o Natal tinha perdido parte da sua magia, hoje recebi o melhor presente de toda a minha vida. A minha filha está finalmente livre de quaisquer "vestígios" deixados pela pneumonia. A minha bebé está saudável e a crescer a olhos vistos. E eu...eu sou a mãe mais sortuda do mundo.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 102, 0);">*</span><span style="font-weight: bold;"><span style="color: rgb(255, 102, 0);">F</span><span style="color: rgb(0, 102, 0);">e</span><span style="color: rgb(255, 102, 0);">l</span><span style="color: rgb(0, 102, 0);">i</span><span style="color: rgb(255, 102, 0);">z</span> <span style="color: rgb(0, 102, 0);">N</span><span style="color: rgb(255, 102, 0);">a</span><span style="color: rgb(0, 102, 0);">t</span><span style="color: rgb(255, 102, 0);">a</span><span style="color: rgb(0, 102, 0);">l</span></span><span style="color: rgb(255, 102, 0); font-weight: bold;">!</span><span style="color: rgb(0, 102, 0);">*</span><br /></span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1166720853962133402006-12-21T17:38:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.471+01:005 Minutinhos e Zás!<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu sei que só hoje já vou no 3º post, e sei que não é costume fazê-lo. Eu sei que pouco ou nada escrevo sobre o Natal e sobre a sua época festiva (mas isto é porque é uma daquelas espécies de "efeméride" que tem obrigatoriamente de ser celebrada e eu praticamente "vivo" o Natal para elas e não tanto pelo significado que lhe é subjacente), eu sei. Eu sei que não me canso de escrever sobre as minhas filhas e acerca de tudo o que lhes diz respeito. Também sei. Mas sei que o relato que se segue é de um daqueles episódios que é digno de registo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Acabei de dar o lanche à C. Antes disso deixei-a no quarto dela a desenhar. Antes disso tinha acabado de adormecer a M. Deixei-a a dormir no meu quarto e fui preparar o lanche. A meio do lanche fui espreitar a M. Entro no quarto e noto um cheiro forte. A verniz ou tinta, pensei. Andei literalmente às voltas para ver se tinha entornado algum verniz ou coisa parecida. Abri gavetas, até debaixo da cama espreitei. Aconchego a mantinha à M. e qual é o meu espanto quando olho para ela e noto-lhe as unhas pintadas de côr-de-rosa! Eu sei que não tenho nenhum verniz côr-de-rosa. Mas também sei que a C. tem um verniz que vinha com uma boneca que lhe foi oferecida, há dias, por uma vizinha. Fui ter com ela e perguntei-lhe porque tinha feito aquilo à mana. Teimosa q.b repetiu que tinha sido sem querer! Obriguei-a a confessar por que o fez. "Ó main, mas eu só queria que a minha mana ficasse linda como a minha Barbie princesa!". Acabei de limpar as unhas da M. com acetona e de lavá-las bem lavadinhas. Ainda bem que enquanto dormia não se lembrou de as levar à boca. Fiquei zangada com a C. Mas valeu-lhe a intenção. Resultado: Escondi o verniz em cima do armário da casa de banho.</span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1166657286531441532006-12-21T15:01:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.473+01:00Doces Acordares...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Desde sexta-feira que acorda todos os dias a meu lado. Hoje, foi assim o nosso acordar...</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">-Maiiiiiiiiiiiiiiiin???</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Diz amor pequenino...</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Bom dia!!!</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 102, 0);">:</span><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 102, 0);">)))</span></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Main, tu gostas muito de mim?!? </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que disparate, filha. Claro que sim!</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- E também gostas da minha mana? </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Sim, também gosto da mana...</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- E tu gostas muito dela?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Gosto muito. Muito, muito!</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- ...</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">-Ó maiiin, mas então tu gostas mais de mim ou da minha mana?!?!?</span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1166658229578088772006-12-21T15:00:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.477+01:00O pai<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Main, quando é que o meu pai chega?!? </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Main, o meu pai vem de avião?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Main, quando é que o meu pai chega?!?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Main, tens xaudades do meu pai?<br />- Maiiiiin!!! Mas quando é que o meu pai chega?!?<br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;">- Main, o meu pai traz presentes pa mim e pá minha mana?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Main, quando é que o meu pai chega?!?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Main, quantos dias faltam pó meu pai chegar?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Main, quando é que o meu pai chega?!?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- E quantas horas faltam pó meu pai chegar, main?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Mas main, quando é que o meu pai chega?!?!?!?</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">É hoje! É hoje que o pai chega e ainda bem! [Aqui entre nós, não é só a filha mais crescida que está a "morrer" de saudades...]</span> </div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1166459384994133782006-12-18T16:29:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.481+01:00Nós...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu e elas. Este fim-de-semana. Só as 3. Com o pai fora desde sexta, decidi que seria um fim-de-semana só delas, com uma mãe toda só para elas, em exclusivo. Sábado fomos à festa de Natal do externato da C. e não podia ter sido uma tarde mais bem passada. Infelizmente, e porque a C. não voltou ao colégio desde o fim do verão, não pôde fazer parte activa dos teatrinhos, das danças...Isto até uma das educadoras ter pedido para levá-la para os "bastidores", e qual não é o meu espanto quando no final da festa se abrem as cortinas e a vejo no palco com todos os coleguinhas, de mãos dadas e de barrete encarnado na cabeça a cantar "A todos um bom Natal"...mesmo quando não sabia a letra improvisava. Foi tão giro! E gratificante...pensar que os maus momentos por que passámos recentemente já pertencem ao passado. E só o facto de vê-la ali, tão feliz, a sorrir e a cantar foi...o melhor presente de Natal. Emocionei-me. E pelos vistos a mana também pois desatou a chorar em cheio na mesma altura. Só tive pena de não ter conseguido registar o momento (deixei a câmara no carro, pode?!) e do pai não ter podido estar presente para vê-la. Depois da festa seguiram-se os "comes e bebes", os miúdos eufóricos atrás do Pai Natal, a C. já só de camisa de tanto pular com os amiguinhos de um lado para o outro, quando dei por mim já passavam das 7h30. Tive de convencê-la a vir embora, a despedir-se dos colegas e das educadoras, a Maria também já começava a evidenciar sinais de cansaço...Se dependesse da C. ficávamos lá até ao dia seguinte. No caminho para casa ainda tive de arranjar fôlego para dizer-lhe que já não vai voltar àquela escola, àqueles amiguinhos...Chorou baba e ranho. Custou-me tanto...Expliquei-lhe que na nova escolinha vai aprender coisas novas, fazer novos amigos...de nada valeu. Chorou, chorou...e como ando mais que vulnerável e com os nervos à flôr da pele também não consegui segurar. Domingo, tentei compensá-la com uma ida às compras para o Natal. Conclusão: meter-me às 4h da tarde numa grande superfície, praticamente em vésperas de Natal, com metade da nação em plena febre de consumismo, com uma bebé no ovo e outra a puxar-me pela mão a cada 5 segundos para ver isto e aquilo, tentando ao mesmo tempo equilibrar o carrinho das compras sem esbarrar em terceiros...Bad idea! Saí de lá estafada. Uns bons €uritos depois e já com uma barbie princesa-bailarina fora da embalagem, chegámos a casa. Aqueci o arroz de tomate que sobrou do almoço e fiz peixinhos da horta, que ela adora. Deliciámo-nos. À noite dormiu outra vez na minha cama mas pediu para ficar do lado do berço da mana. Antes de adormecer encheu-me de beijinhos e disse-me "Eu perdoo-te mamã linda. Sabes porquê?". "Porquê?", quis saber. "Porque és a minha mãe mais linda de todo o meu universo".<br /><br />[E quando sentimos que estamos longe de sermos as melhores mães, quando nos sentimos frustradas por determinadas atitudes que tivémos com eles, quando sentimos que não há nada que nos consiga tirar aquela maldita "culpa" de cima dos ombros, quando nos sentimos assim...como sabe bem ouvir coisas destas].<br /></span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1165849428316771052006-12-14T23:40:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.484+01:00Para ti:<div style="text-align: justify;"> <div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">[Há um ano foi <a href="http://aboboleta.blogspot.com/2005_12_01_aboboleta_archive.html"><span style="color: rgb(0, 102, 0);"></span><span style="text-decoration: underline; color: rgb(0, 102, 0);"><span style="font-weight: bold;">assim</span></span></a> a nossa dedicatória...]</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Há um ano, por esta altura, mal imaginava que tinhas acabado de me dar mais uma razão para sorrir.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Este ano, quero agradecer-te por tudo. Por estes dias maravilhosos que passámos os 4...E por todos os outros que temos vivido...Pelo teu carinho, amizade, compreensão. Por todas as vezes em que estiveste a meu lado, por todas as intempéries que me ajudaste a enfrentar...E se este ano foi "fértil" em momentos difíceis...De outra forma teriam sido insuportáveis...Se não tivesses sido um pilar, um colo, um porto de abrigo. Obrigada. Por existires na minha/nossa vida.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Ao todo já são 11 anos desde que passaste a fazer parte de mim...E cada vez o que sinto é maior, muito maior...(Achas normal que assim seja?!) <span style="color: rgb(0, 102, 0); font-weight: bold;">;</span><span style="color: rgb(255, 102, 0); font-weight: bold;">)</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Uma década de nós...De tanta coisa que já vivemos e de tantas outras que ainda nos faltam viver...Nunca para mim a palavra "juntos" teve tanto sentido. (Acho que esta frase resume tudo aquilo que queres saber neste momento...Se ainda tiveres dúvidas continua a ler).</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Parabéns pelo Homem em que te tornaste. Pelo pai extremoso e dedicado que és. Por seres o companheiro imprescindível de todas as horas. Porque és. Desde sempre. Para sempre. Não tenho dúvidas. Parabéns, paixão.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-weight: bold;">Ps:</span> 29?!? Ah, ah! Agora já estamos quites. <span style="color: rgb(0, 102, 0); font-weight: bold;">;</span><span style="color: rgb(255, 102, 0); font-weight: bold;">P</span></span><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />(Porque o tempo passa..sabias?...)</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">[<span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 102, 0);">Bónus:</span> "Ouve" <a href="http://cotonete.clix.pt/ouvir/videos/body_nacional.aspx?id=52"><span style="text-decoration: underline; color: rgb(0, 102, 0);"><span style="font-weight: bold;">aqui</span></span></a>] <span style="color: rgb(0, 102, 0); font-weight: bold;">:</span><span style="color: rgb(255, 102, 0); font-weight: bold;">)))</span></span><br /></div> </div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1165854338003047872006-12-11T16:25:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.487+01:00Do fim de semana e não só...<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Litoral alentejano. Frio. Muito frio. Miúdas agasalhadas até aos cabelos. Gorros, cachecóis, luvas, lareira. Passeios...(poucos, devido aos 8º e 9º g que se fizeram sentir). Castanhas quentinhas, mãos dadas, pai com uma pelas costas, mãe com outra no carrinho, colo (muito colo...) e muito mimo também! Foi bom. Muito bom.<br /><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Hoje, não resisto a contar um episódio caricato que se passou esta manhã. Eu e a C. acordámos bem cedo as duas, deixámos o pai e a mana em casa e fomos à pastelaria comprar pão para o pequeno-almoço. Eram umas 8h15, mais coisa menos coisa, e o cheiro a pão quentinho já se sentia da rua. Comprámos 5 bolinhas acabadinhas de saír do forno (que estavam uma delícia!). À saída do café fui abordada por um rapaz, nos seus 20 e poucos anos, com péssimo aspecto (certamente mais um que se perdeu pela vida) e que me pediu se tinha uma moeda para lhe dar. O problema é que ainda não tinha ido ao multibanco e os poucos trocos que tinha na carteira gastei na bica e nos pãezinhos. Porém, não estava literalmente de mãos a abanar, e como não gosto de fazer desfeitas, peguei num lenço de papel, embrulhei um pão quentinho e dei ao rapaz. Sempre era melhor que nada, pensei. A reacção foi no mínimo inesperada. Respondeu-me com um "Eu não quero pão! Guarde lá o pão minha sra!". E eu estupefacta com aquela reacção brusca fiquei sem palavras, enquanto ele seguiu caminho a barafustar em alto e bom som "Eu não quero pão! Estou farto de pão! Só me dão pão, pão!". Eu, cada vez mais estupefacta, pensava que se calhar a táctica não era das melhores, que se fosse mendigar para a porta de um banco em vez de um café, talvez aí, a massa fosse outra. Eu e a C. ficámos paradas a olhar, enquanto as pessoas dentro da pastelaria olhavam para ver o que se tinha passado. O rapaz lá seguia feliz da vida, a barafustar com tudo e com todos. E eu, engoli em seco toda aquela situação, no mínimo desagradável. Fiquei "magoada" com tamanha ingratidão, afinal o meu gesto até tinha sido "louvável"!?!? No caminho para casa não conseguia tirar este episódio da cabeça e fui aliviando a consciência em voz alta, que era preciso ser-se muito ingrato, que além de injusto tinha sido bastante desagradável e mal-educado, que devia era arranjar trabalho...e a C. sempre muito caladinha desde o início, a ouvir tudo, enquanto eu prosseguia com as minhas palavras de indignação e revolta. Chegámos a casa, pousei o pão sobre a mesa e rematei com um "é preciso ser pobre e mal agradecido!". A minha filha, que relembro tinha estado aquele tempo todo inacreditavelmente tão caladinha, vira-se para mim e num tom nitidamente de pena diz-me: Ó mãe, mas tu também nem puseste manteiga... <strong><span style="color: rgb(255, 102, 0);"><span style="color: rgb(0, 102, 0);">:</span>)</span></strong></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1164124327717802422006-12-07T15:24:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.497+01:00Sorriso...<div style="text-align: justify;"><img style="display: block;" 0px="" auto="" 10px="" pointer="" hand="" src="http://photos1.blogger.com/x/blogger/6340/1669/1600/346663/c.sorriso.jpg" alt="" border="0" /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />O dela. E como adoro estas covinhas... Estamos bem. Felizmente tudo não passou de um pequeno "susto". Ontem ao início da tarde a febre baixou, e hoje acordou quase como nova.</span><br /><div style="text-align: justify;"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Votos de um excelente fim-de-semana prolongado para quem fica. Nós vamos comemorar, não os 6 anos de casados mas os 11 anos de namoro, na companhia das duas melhores coisas que fizemos até hoje, <a href="http://www.mun-sines.pt/turista/pcovo.htm"><span style="text-decoration: underline; color: rgb(0, 102, 0);"><span style="font-weight: bold;">aqui</span></span></a>.</span><br /></div> </div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1164722619740403612006-12-05T15:06:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.499+01:00E...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Depois de 3 dias passados "em grande", sem horários nem regras, com direito a jantar a dois, sessão de cinema e diversão nocturna na companhia de amigos, subitamente, um regresso forçado à realidade da rotina. A C. teve uma recaída e passou mal esta noite. Não teve tosse, mas chegou aos 38,5º de febre. Passou a noite toda a gemer e com arrepios. O mais estranho é que ontem esteve muito bem durante o dia, fomos às compras de Natal ao Ikea, montámos a árvore, brincámos, tudo sem sintomas nenhuns que deixassem prever esta noite. Dei-lhe há pouco outro Aspegic. Continua uma lingrinhas para comer e isso também não ajuda em nada. Esta manhã nem quis comer a Cerelac, só comeu ao almoço um bocadinho de arroz e metade de um douradinho. Não sei o que ainda me falta inventar para que ela coma. Já lhe dou a comida à boca, caso contrário, o mais certo era que não comesse nada. Já lhe dou as refeições enquanto vê os desenhos animados para que não hajam fitas. Mais, só mesmo porque não posso. <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 102, 0);">:S</span></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Agora está a dormir a sesta e a febre baixou com o supositório, mas continua a gemer de frio, mesmo toda enroscada em mantas. <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 102, 0);">:S</span> Por indicação médica, tenho evitado mudanças bruscas de temperatura e de ambientes, uma vez que o sistema imunitário da C. ainda está fragilizado por causa da doença. Enfim, tenho esperança que ela acorde mais bem disposta. Caso contrário, e até me dá um aperto no peito só de pensar nisso, teremos de ir às urgências para saber o que se passa. <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 102, 0);">:S</span><br />Hoje o pai tirou o dia para ficar connosco e é isso que me tem valido. A Maria também anda muito birrenta e não nos deixou dormir o que restava da noite. O que vale é que depois durante o dia, dorme e dorme, o que de alguma forma compensa. Mas assim que acorda quer atenção só para ela, o que convenhamos, quando estou sozinha com as duas é praticamente impossível. Bebeu o último biberão à 13h30, já está a dormir desde as 14h e tão cedo não me parece que vá acordar. Por outro lado, só quero que a C. acorde para ter a certeza que está melhor. Aproveito e dou-lhe um banho quentinho em seguida, geralmente fica sempre mais bem disposta. Oxalá.<br /></span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1164885180165212132006-11-30T11:13:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.505+01:00Ando...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">irritada, sem paciência, cansada, mal-humorada, indisposta (ontem passei o dia todo agoniada, hoje acordei com uma azia terrível que só me dá vontade de vomitar...), não ando bem, tenho andado ansiosa demais...Passo o dia inteiro praticamente sozinha a tratar delas, e não me interpretem mal pois adoro as minhas filhas e o que mais quero na vida é estar com elas, mas há momentos em que me apetecia tornar-me invisível e só voltar a "aparecer" umas horinhas mais tarde. Passo o dia ocupada com elas, e gosto tanto de poder fazê-lo, mas às vezes sinto falta de ocupar o resto do tempo de outra forma, sinto tantas saudades de ir para o Ateliêr, dos colegas, da adrenalina e do ritmo alucinante do trabalho...Ou então do que estou mesmo a precisar é de um tempo para relaxar, passear, ir ao cinema (ouviste, rapazito?), espairecer...Como me dizia outro dia <a href="http://maezite.blogspot.com"><span style="text-decoration: underline; color: rgb(0, 102, 0);"><span style="font-weight: bold;">esta</span></span></a> querida mamã (de quem tenho saudades) isto de estar praticamente a semana toda com elas "em casa" não me está a fazer nada bem. E não está mesmo. Vamos lá ver se este fim-de-semana prolongado dá uma volta à coisa.</span><br /></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com23tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1164812000515096212006-11-29T14:53:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.521+01:00A maior verdade:<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">"É quando já quase não temos esperança, que não devemos desesperar por nada!"*</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">*Frase que me foi dita por uma mãe que conheci no hospital enquanto a C. esteve internada, que se tornou uma grande amiga, e a quem a vida decidiu, impiedosamente, pregar ontem uma rasteira. Estou aqui para tudo o que precisares querida S. Porque sofremos juntas e juntas nos fizemos mais fortes. Não deixes que a falta de esperança te derrube agora. Por nada!</span><br /></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1164636850846673042006-11-27T14:57:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.524+01:001 semana e meia depois...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Já brinca, já pula, já canta a plenos pulmões, já corre pela casa toda, mas agora com as pantufas sempre calçadas porque isto de andar "descalça" acabou de vez! Já quer fazer as coisas sem a nossa ajuda, ajudar a tratar da mana...a propósito de querer ajudar a tratar da mana tenho um episódio divertidíssimo para contar sobre a 1ª muda de fralda da C. à mana, mas que deixo para outro post. As noites, que até antes do internamento eram um verdadeiro pesadelo, têm sido relativamente calmas, com pouca ou quase nenhuma tosse (graças à medicação), a febre foi embora de vez, dorme bem, toda tapadinha, uma vez ou outra lá se lembra de me chamar mas pelos motivos do costume, chichi, assoar, levar água, ou simplesmente para lhe dar mimos até voltar a adormecer. E aqui noto que está um pouco diferente. Enquanto esteve no hospital tinha-me sempre a mim ou ao pai, noite após noite ao lado dela, o que de alguma forma veio criar-lhe uma certa dependência em relação à nossa presença. Agora dorme sozinha no quarto mas mesmo antes de adormecer temos de nos certificar que ela caíu ferrada no sono, caso contrário acontece o mesmo que esta madrugada e ela aparece no nosso quarto a chorar, porque acordou, chamou por mim, estava escuro, e eu não estava ao lado dela. <span style="font-weight: bold; color: rgb(51, 51, 51);">:S</span></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">A semana passada fomos à consulta de reavaliação no hospital. Revimos as novas amigas da minha filha, ou seja as enfermeiras toda e C&ia, que ficaram muito admiradas por vê-la toda despachada e tão diferente de quando a conheceram. Ela: está a recuperar bem do valente susto que nos pregou, a respiração está melhor (mesmo assim continuamos com os aerossóis), a médica (que é uma querida e a quem aproveito para agradecer publicamente tudo o que fez pela minha filha) recomendou que a iniciasse numa actividade que a faça exercitar o fôlego e a respiração (já estamos a tratar dos papéis para a natação). O peso, é que continua a ser um problema. Ainda está muito aquém do peso que tinha anteriormente (está com 16kg para 1,07cm) mas isto porque ela pura e simplesmente recusa-se a comer! E a C. que nunca foi uma criança difícil neste sentido. Comia sempre tudo ou quase tudo o que tinha no prato. Agora fica-se pela metade (se tanto!). Tornou-se um sacrifício conseguir que ela coma uma refeição "de jeito". As únicas coisas que vai comendo + ou - são as sopas e a Cérelac de manhã (e isto se lhe estiver a dar enquanto vê os desenhos animados) porque senão temos caldo, ou melhor, Cérelac entornado!<span style="font-weight: bold; color: rgb(51, 51, 51);">:S</span> De facto, esta foi a repercussão mais negativa deixada pela doença. Enfim, espero que melhore com o passar do tempo. A próxima consulta ficou marcada para dia 22. Só falta falar da minha paixão pequenina, que também aproveitou para ir à consulta na sexta-feira. E que está óptima. Uma "gande" com G maiúsculo. Ela sim, não seguirá o exemplo da mana porque é uma verdadeira comilona! Adaptou-se bem ao novo leite recomendado pela pediatra e agora não quer outra coisa. Também descobriu que sorrir é divertido, quer seja de dia, de tarde, a dormir, acordada...mas é durante a noite que prefere manifestar-se. E nós não queremos dormir nem nada, nem o pai lhe diz que não é para rir mas para dormir, e nem por isso ela se ri menos...Ri-se mais. Concluindo, têm sido umas noites-maravilha. Isto se tirarmos também o facto de ela já dar quase uma volta completa no berço e deixar cair a chucha umas poucas centenas de vezes. O que não é grave se lhe a dermos logo em seguida, porque se tal não acontecer, aí sim poderá tornar-se um caso realmente problemático. E pronto, acho que está tudo. Tem sido complicado estar sozinha em casa com as duas, ainda por cima tendo que ter cuidados redobrados. Não tem havido muito tempo para dedicar às bloguices, quando uma não chora, a outra chama por mim, quando dou o biberão a uma a outra teima que lhe dê a comida à boca, quando uma desata aos prantos, a outra por solidariedade resolve fazer uma birra de todo o tamanho. "Santa paciência" é a expressão que mais tenho utilizado ultimamente. Agora estão a dormir as duas e espero que me deixem descansar um bocadinho durante a próxima meia hora. Que isto de ser mãe de duas é óptimo, é facto, mas nem sempre é pêra doce.</span><br /></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1163087424771850172006-11-20T15:56:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.527+01:00O post que estava ansiosa por poder escrever<div align="justify"><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Já estamos em casa!!! Já estamos em casa!!!! Já estamos em casa!!!!!</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Desde 4ª-feira passada que já está em casa. <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 102, 0);">:</span><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 102, 0);">)</span> Ainda nos requer vários cuidados, é certo, mas o mais importante é que já a temos finalmente connosco! E que já podemos estar os 4 de novo, juntinhos! Tenho aproveitado estes dias para canalizar todas as minhas energias em direcção a elas, a ele. Tem sido tão bom...Estou feliz! Finalmente voltámos a ser uma família.</span> </div><div style="text-align: justify;"><strong>Ps:</strong> <span style="font-family:trebuchet ms;">Um obrigada especial a todos os que, desde o início, nos apoiaram em tudo. Família, amigos...A todos vocês aí desse lado...Um obrigada sincero.</span></div></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com49tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1158938009308527112006-11-07T23:29:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.530+01:00Porquê?<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Dou por mim tantas vezes a fazer-me esta pergunta, e por mais que tente, não consigo encontrar resposta. Chego a pensar que às vezes, até pode parecer um gesto altruísta da minha parte questionar-me sobre isso. Porque há tantas pessoas em situações tão graves, ou piores ainda, que procuram o resto de uma vida por uma resposta, e essas sim, mereciam obtê-la. Porque por mais que tente buscar todas as razões possíveis e imaginárias, sinto que apesar de não parecer o tempo passa depressa demais e talvez tenha receio de me confrontar com uma resposta insuficiente. Porque apesar de tudo o que temos vindo a passar no último mês e meio, sei que ela tem melhorado a olhos vistos e que vai ficar boa. É nisso que tenho de me concentrar. Durante os ultimos 46 dias passados no hospital tenho privado com outras mães, outras crianças, tantas em situações tão graves ou piores que a da minha filha. Uma das coisas mais importantes que tenho absorvido desses encontros resume-se ao momento. A viver o momento. Levei um estalo de realidade e percebi como subitamente, a vida pode ser tão frágil, sem que nos apercebamos disso. Aprendi por exemplo, que tentar procurar o "porquê", a tal razão de as coisas nos acontecerem, não vai fazer de mim uma pessoa altruísta. Tenho direito a questionar-me. Todas temos, não é S.? Mas a maior aprendizagem, das muitas que fiz até agora, tem a ver com os sentimentos. Demonstrá-los, sem medos. Nunca fui uma pessoa de choro fácil. Sempre tive um certo constrangimento em derramar as mágoas frente a alguém, mesmo que conhecido. Sempre chorei em privado. No momento em que me desfiz em receios frente a toda uma ala pediátrica, senti que me fez bem ao espírito, como uma espécie de limpeza à alma. Apartir desse momento senti um peso enorme sair-me de cima, como se me esvaziasse de incertezas e quaisquer ressentimentos. Tropecei, caí, e tive tantas mãos amigas a ajudarem-me a levantar. Um apoio imenso, como nunca esperei ter. Cresci. Amadureci, de facto. Ela também. Está mais crescida interiormente, talvez um pouquinho crescida demais para apenas os 4 anos que sustenta. Todas as noites, vai despedir-se dos outros meninos aos seus quartos e diz-lhes que todos vão ficar bons. Que ela já está quase boa. Que já pode andar pelos corredores porque este soro agora tem rodinhas. Voltamos para o nosso quarto, de mãos dadas. Damos boa noite às senhoras da branca de neve, como ela chama às enfermeiras. Ficamos no 2º quarto, à esquerda. O que tem uma mantinha rosa na cama e uma boneca de pano à cabeceira, que o pai lhe trouxe de presente logo nos primeiros dias. Chamou-lhe Clarinha. Não a largou desde então. A enfermeira chega e pergunta se está tudo bem. Fecha os estores. Conto-lhe uma história. Diz-me que tem saudades da mana. Imensas. Da cama dela até ao quarto do J. E o quarto do J é o último ao fundo do corredor. Ela também tem tantas saudades tuas, mimo-a. Não a levo lá por motivos óbvios. O sono vence o cansaço e adormecemos as duas. O livro aberto. A enfermeira acorda-me para dizer que o G já vem a subir. Têm sido excepcionais connosco. Com ela. Médicos, enfermeiras, todos. Sinto que ganhei mais uma família. Despeço-me dela, o G. olha-me nos olhos e diz-me que preciso mesmo de descansar. Um abraço tão bom...Vou para casa. Na ala pediatrica reina um silêncio absoluto. De vez em quando, vêem-se uma ou duas enfermeiras passar. Entro no elevador. A minha bebé está em casa, à minha espera. No caminho aproveito o sinal vermelho para acender um cigarro e organizar as ideias. Sim, voltei a fumar, após quase 6 anos de total abstinência. Um facto do qual não me orgulho, em nada. Chego, finalmente. Nem sei como não adormeci ao volante. A avó vai embora e ficamos só as duas. Deixo-a deitada no ovo enquanto tomo duche. Esboça um sorriso rasgado(lindo), em direcção a mim. Como se tentasse compensar-me pelo que tenho perdido. Já no quarto, apago a luz. Deito-a a meu lado na cama e não consigo evitar. Sei que tinha prometido não voltar a chorar. E nem sei bem porque choro, ao certo. A M. cheira bem, está espevitada, desperta. Dá-me uma bofetada com uma das mãos na cara. Não quero que chores, parece querer dizer. Com a outra ameaça puxar-me os cabelos. Deixo. Abre a boca no meu nariz. Estou exausta, digo-lhe que não tenho mais pedalada. Encosto-a ao meu peito e ela começa a chuchar a minha pele. Ainda não se esqueceu. O pouco leite que ainda restava secou. Dei-lhe o peito na mesma, para ver se a acalmava. Adormeceu, há cerca de meia hora. Prometi-lhe que se fosse possível, amanhã iamos ver a mana. Mesmo que seja lá em baixo, da rua, só através da janela. Vai ser uma surpresa. </span><br /></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com40tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1161263474804827462006-11-01T22:48:00.000+00:002010-09-29T10:44:39.532+01:00E a minha filha...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">hoje comeu uma tigela inteirinha de creme de cenoura, ao jantar. Fiquei tão contente. Mas tão contente! É a primeira refeição "de jeito" que ela come desde que está internada.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />[Acho que vou começar a sintonizar a televisão da salinha de convívio no Noddy mais vezes. Apenas por precaução]</span><br /></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1159370127751017422006-10-26T23:39:00.000+01:002010-09-29T10:44:39.535+01:00Medos<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Nunca fui uma pessoa de medos. Sempre soube muito bem o que queria da vida. Desde que a C. foi internada que mudei completamente nesse sentido. Sinto-me fragilizada, insegura, por vezes nem sei bem para onde hei-de me virar. É estranho. As minhas filhas são o que de mais precioso levo da vida e custa-me, só de pensar, que lhes possa acontecer alguma coisa. Tenho notado que esta experiência fez com que passasse a ter uma atitude mais protectora em relação a elas. Não gosto de deixar a minha filha no hospital, sozinha. Na verdade ela nunca está sozinha, nas noites em que venho dormir a casa está o G. com ela, ou uma das avós. Sei que ela nunca está verdadeiramente sozinha, que tem pessoas que a amam à volta dela, mas eu não estou lá, entendem? Sinto que de alguma forma, a deixei entregue a si própria. Nestes momentos tudo pode acontecer e a ideia persistente, por vezes doentia até, de que ela possa querer dizer-me alguma coisa, ou querer também que eu lhe diga algo quando não estou por perto, só a ideia, assusta-me. E talvez daí a justificação para as dúzias de telefonemas que faço do carro ainda a caminho de casa. Faço o possível para estar o máximo de tempo junto dela, mas sei que a M. também é minha filha e ainda é muito dependente de mim. Tenho tentado desdobrar-me em mil para não faltar a nenhuma. Como se fosse possível...No fundo, sei que quando estou com a Maria a C. sente a minha falta, mas que quando estou com ela a M também pressente que não estou por perto. Sinto que estou a perder muita coisa importante do desenvolvimento da M. e não queria. Não posso levá-la para o hospital, por razões óbvias. Mas há momentos em que queria tanto tê-la ali comigo, connosco. E a C diz-me todos os dias que tem tantas saudades da mana...Queria tanto que elas estivessem juntas, nem que fossem uns míseros 5 minutos. Queria também entender o porquê de me sentir tão insegura. Não percebo de onde vieram todas estas inseguranças, assim, tão de repente. Não quero ter de voltar a casa às dez da noite, e a única imagem que tenho da minha bebé é quando ela já está a dormir. Aliás, é essa a imagem mais recorrente que tenho da M passados 2 meses de vida. Dois meses? Já? E onde estive eu nestes 2 meses que nem dei conta de os ver passar? É como se a Maria me fizesse essa pergunta com o olhar, todos os dias, quando finalmente tenho algum tempo para estar com ela. Sinto-me culpada, por mais que todos me digam que isso não tem qualquer cabimento. Quando chego a casa a avó ou o pai já lhe deram banho, já a deitaram. Cabe-me a mim a tarefa de dar-lhe o 1º biberão da noite. E nas últimas noites ela tem chorado tanto...Por mais que tente, não consigo dissociar este choro da minha falta de disponibilidade para estar com ela. [Outra vez as inseguranças, perfeitamente dispensáveis]. Estou tão cansada. Não tenho vontade para fazer nada, e eu que outrora cheguei a ser apelidada de mulher dos sete ofícios. Não sou mais. Deixei-me ir abaixo, escorreguei completamente. E agora está difícil de conseguir endireitar-me. Preciso de livrar-me destes medos e seguir em frente. Mas não sei onde deixei as forças. Sinto-me prostrada, em todos os sentidos. Estou farta de me desfazer em desculpas para justificar esta minha pseudo-fragilidade. Tenho saudades de mim. A impressão que tenho é que ultimamente não tenho vivido no verdadeiro sentido da palavra. Sinto que estou a deixar a vida passar-me ao lado. Ando numa correria. Há mais de um mês que não tenho 1 minuto para mim. Nem para os que amo, para o G, essencialmente. Sinto-me sempre de rastos. Nos últimos dias, e porque a C também já começa a passar melhor as noites, tem ficado uma das avós com ela, uma noite ou outra. Porque eu e o pai por mais que nos esforçemos, andamos exaustos também. Mesmo assim não descanso praticamente nada. Passo a noite toda em sobressalto com medo que aconteça alguma coisa. [De novo estas terríveis inseguranças]. Porque sinto falta da minha filha. De passar-lhe a mão pelo cabelo, de aconchegar-lhe a mantinha ao peito, de ouvir-lhe a respiração, de sentir que está tudo bem. De manhã saio cedinho de casa, deixo a M a dormir com o pai e sigo para o hospital. Deixo-a sempre deitada com ele para quando acordar não sentir a minha falta, não se sentir sozinha. Custa-me tanto. Deixá-la, deixá-los. Custa-me ver que ao mesmo tempo que me despeço a vida segue lá fora, o tempo passa e a M. muda a cada instante, as feições, o olhar, as expressões, os gestos. Queria tanto absorver esta fase, que sei que não vai esperar por mim. E tento despachar-me o mais depressa que posso, deixar o biberão preparado, as fraldas, a roupinha para o pai vestir-lhe, a casa mais ou menos apresentável. Faço-me à estrada e apetece-me passar vermelhos, Stops, tudo. Não pareço eu. Enquanto isso, a C espera ansiosa por mim no hospital. E eu ainda mais ansiosa acelero o mais que consigo. Não gosto de a fazer esperar muito. É assim que tenho vivido a minha rotina. À velocidade de um sinal luminoso, a diferença é que com muito poucas paragens. Queria tanto poder compensá-las às duas pela minha disponibilidade insuficiente, pela escassez instantânea dos momentos que passamos juntas, apesar desta minha tentativa constante de querer fazer sempre tudo e mais alguma coisa e ao mesmo tempo tentar ser omnipresente. Porque estou com elas em presença, mas sinto que não estou totalmente presente. Ando esgotada. Fisica e psicologicamente. O que me vale é que a minha filha está a melhorar a olhos vistos, felizmente. E que tenho um marido compreensivo, carinhoso, pai dedicado. E uma família imensa a apoiar-me, e ainda um grupo de verdadeiros amigos que faz questão de estar sempre presente. Se assim não fosse, não sei o que seria de mim. Estou farta de ter estes medos, viver cercada em receios e inundar-me de culpas por todos os lados. Não é assim que quero que as minhas filhas me vejam. Não é assim que quero que o meu marido me olhe. Há dias, houve alguém que me disse que tudo isto vai passar, que estou a ser demasiado exigente comigo própria. Na verdade sempre fui. Tomara que seja isso.<br /><br />[Este blogue também serve para desabafos patetas, ocasionalmente]<br /><br /></span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com35tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1158936670214935772006-10-23T23:08:00.000+01:002010-09-29T10:44:39.538+01:00Prometi...<div style="text-align: justify;"> <div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">à minha filha que apartir de hoje não voltaria a chorar. Não volto.</span><br /></div> </div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1161009033781313682006-10-19T22:57:00.000+01:002010-09-29T10:44:39.540+01:00Está tudo bem!<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">É estranho voltar a escrever aqui depois de tanto tempo completamente afastada de tudo isto, e de quase tudo o resto para ser sincera. Peço desculpa se preocupei alguém durante este período de afastamento forçado. A verdade é que desde que me vi envolvida no meio de todo este pesadelo, que tenho vivido o dia-a-dia no limiar das minhas forças, na fronteira das minhas reais capacidades, e pior, ignorando os sinais evidentes de cansaço e as possíveis repercussões dos mesmos. Até que me deixei ir abaixo, completamente. Caí no fundo do poço literalmente. Não tenho vergonha de dizê-lo. E estranho seria se conseguisse passar por tudo isto sem uma ou outra mazela mais profunda. Precisei de descanso, tambem. De repente, vi-me obrigada a cuidar mais de mim do que até agora tenho cuidado dos outros. E tive de passar mais noites a descansar em casa, por ordem médica, em vez de dormir ao lado dela no hospital. Por mais que isso me custasse muito, e nos custasse ainda mais a ambas. Precisei de descansar a cabeça e o corpo, e dormir aquilo que já não dormia há muitos dias. Não sou de ferro. Daí esta minha ausência. Volto a pedir desculpa se deixei alguém preocupado. Mas confesso que não estava mesmo em condições, nem físicas muito menos psicológicas, para escrever o que quer que fosse. Espero que compreendam.<br />A C. continua internada, ainda. Não sei se será correcto dizer que esteja melhor...Melhor é uma palavra enganosa, porque melhor no verdadeiro sentido do termo, ela ainda não está. Mas pode dizer-se que está a melhorar, muito vagarosamente, mas está. Parou 2ªfeira com a toracentese. As últimas radiografias têm mostrado que o pulmão está limpinho, livre de quaisquer fluídos. Espero que assim permaneça. Só o facto de ela não ter de se submeter mais a todo aquele processo moroso e doloroso, já me tira um grande peso dos ombros. A principal preocupação agora, é com a febre alta que tem teimado em aparecer nos últimos dias. E com a tosse que vem fortissima e lhe dói no peito. Tem os brônquios cheios de expectoração e custa-lhe tanto deitar tudo para fora...chora porque sofre imenso ao não conseguir fazê-lo. Continua a soro, inevitavelmente. Já começa a comer qualquer coisa. Com sorte umas 3 a 4 colheres de sopa, com muita sorte um bocadinho de peixe e metade de uma batata cozida. Ainda assim, muito pouco. Está com 16 kg. Para quem tinha quase 20. Apesar de tudo noto que, aos poucos, as melhoras estão a chegar. Muito devagarinho, mas vêm. Tudo a seu tempo, como nos disse a médica. Na realidade não vejo a hora de ver a minha filha totalmente recuperada. De a poder levar para casa, para junto de mim, do pai e da mana. É tão estranho quando entro em casa de noite e não a vejo. Parece tudo um vazio tão grande...Não consigo evitar o choro. Sinto falta dos pulos, dos saltinhos nos sofás e nas camas, os mesmos de que passo a vida a ralhar, da correria pelos corredores, das brincadeiras, das traquinices, do riso contagiante...Sinto saudades das gargalhadas tontas, do sorriso...tantas! Acima de tudo do sorriso da minha filha. Espero que possamos sorrir juntas dentro em breve. E quero acreditar que seja o mais breve possível.<br />A Constança está a recuperar e só isso já é meio caminho andado para tanto eu como o pai nos mantermos optimistas. Da minha parte resta-me continuar a cuidar dela, a dar-lhe toda a atenção do mundo, a fazer-lhe miminhos quando a temperatura aumenta, a dar-lhe colo sempre que é preciso, a estar presente em todos os momentos, a ler-lhe histórias antes de adormecer, a dar-lhe massagens para aliviar as dores no peito, a fazer o possível para que ela não sinta isto como chegou a sentir em alturas menos boas. Vou continuar a tentar fazer o melhor que posso. Para que tudo seja mais fácil não só para mim, mas sobretudo para ela, para todos. Só tenho pena que a Maria saia prejudicada no meio de tudo isto. Porque queria ter muito mais tempo para passar com ela. Porque queria igualmente, enchê-la de mimos e atenção. Porque queria dar-lhe o mundo. Porque sei que apesar de ela ainda nem ter dois meses, tem sentido um pouco de tudo também. Porque ela não tem culpa de nada, muito menos da minha falta de disponibilidade. E queria poder compensá-la nas poucas horas em que estamos juntas, de alguma forma que ainda estou a tentar descobrir...Sinto que estou em falta. Porque me deixei desmoronar aos poucos, e agora nem leite tenho para lhe dar. Porque o peso desta mutilação foi suficiente para me derrubar mais um pouco, o resto que ainda restava de mim. Afinal era a única coisa que me fazia sentir viva ultimamente. Estou a dar-lhe o Nutribén Natal, por indicação da pediatra. Ainda estamos em fase de adaptação. E em processo de negação, as duas. Tudo a seu tempo, como diz a Drª que acompanha a C. E de facto, o tempo pode não curar grandes males mas sempre ajuda a amenizar outros. Tenho de dizer isto, está enorme e linda. Quero lá saber se sou ou não suspeita. É a minha bebé pequenina e a cada dia que passa sinto o meu coração crescer tanto cada vez que a vejo. Acho que é isso o melhor de ter-se filhos, preenchem-nos a alma como nunca ninguém irá preencher. E estão connosco sempre, mesmo quando não estão ao nosso lado. É nisso que tento pensar quando não estou com a M., ou quando não estou com a C, ou vice-versa. E é essa esperança de vê-las de novo juntas que me faz acreditar que esse dia já não estará tão longe assim.<br /><br />Não tenho palavras para agradecer a imensidão de apoio, força, carinho, que tenho recebido de todos vocês. Obrigada pelas mensagens de esperança, e-mails e todo o tipo de incentivos que me fizeram chegar ao longo dos últimos dias, dias que foram particularmente difíceis para mim e para a minha família. É bom saber que tenho tanta gente a apoiar-me nesta luta diária, a dar-me força para continuar a seguir em frente mesmo quando o caminho mais fácil seria desistir. Pois bem, eu não desisto nunca. Pelo menos não tão facilmente. [E agora vou ter de arranjar tempo-extra para ler as 149 mensagens que enchem a minha Inbox. Prometo que mais cedo ou mais tarde respondo aos e-mails que me foram enviados] Um Obrigada enorme por estarem do nosso lado.<br /></span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com44tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1159965923344688692006-10-05T23:17:00.000+01:002010-09-29T10:44:39.543+01:00Sem título<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Por mais que quisesse voltar aqui e ter só coisas boas para contar, por mais que anseie fazê-lo, não posso. Em 13 dias de internamento o quadro clínico não tem apresentado melhoras, pelo contrário, estagnou completamente. Com a agravante que, no início da semana, descobriu-se que o pulmão esquerdo tem vindo a reter uma quantidade considerável de líquido (pus) o que explica a constante falta de ar que ela tem vindo a demonstrar ao longo dos últimos dias. Tem feito exames atrás de exames. Já começou com a toracentese (processo de extracção do líquido do pulmão através de um sistema de aspiração). É lhe dada uma anestesia local na zona das costelas (e só eu sei a quantidade de mecanismos que são precisos para conseguirem convencê-la a permanecer quieta e poderem administrar-lhe a anestesia). É uma luta. Um momento complicadissimo para ela, para mim. Tem uma agulha espetada na mão o dia inteiro, não gosta nem quer que lhe espetem mais nenhuma. Compreendo-a, tão bem. Inserem-lhe um cateter por debaixo do braço que ligam a um aparelho de drenagem, e aos poucos, vão retirando o líquido. Tem sempre a minha mão e a do pai por perto para amenizar o ambiente, já por si, deveras intimidante para uma criança de 4 anos. E custa-me tanto ouvi-la chorar daquela forma. A cara lavada em lágrimas, um soluçar desconcertante que me rouba o sono de noite. Está fraquinha. Não come nada, e quando digo nada é nada mesmo. Só tem bebido água, leite, e ultimamente chá. Por mais que tentemos que ela coma um pedaçinho de alguma coisa, por mais que nos cansemos de insistir, vira sempre a cara. Se não estivesse a soro...Não quero pensar. Está magrinha. A cara, as bochechas, as pernitas rechonchudas, as mesmas a que me habituei desde sempre, estão 1/3 do que eram. E está triste. Muito. Não quer estar ali, deitada numa cama a soro, dias a fio. Pede-me todos os dias para ir para casa. O que me resta dizer-lhe nestas alturas? Respondo sempre que já falta pouco, por mais que me custe mentir-lhe. Só na manhã de ontem é que a médica nos deu luz verde para levá-la até à salinha de convívio. Não quis que a levassemos antes com receio que pudesse apanhar algum tipo de micro-organismos potencialmente perigosos, através da respiração, o que é sempre uma posibilidade num ambiente fechado onde se encontram outras crianças doentes. Nem quis brincar com elas. Cansa-se facilmente. Deitou-se no meu colo e adormeceu a ver os desenhos animados. Voltou a pedir-me a chucha, logo na 2ª noite que passámos no hospital. Não recusei. Faço o que for preciso para vê-la bem de novo. De mim, nem vale a pena falar. Estou uma lástima. Doem-me as costas. Não durmo 1 noite seguida há mais de duas semanas, se contar com os dias em casa antes do internamento. Estou esgotada, física e psicologicamente. Não tenho cabeça para nada. A minha rotina resume-se a percursos de ida e volta ao hospital. Deixei de ter vida própria. Quando não fico a dormir com ela, dorme o pai. E custa-me tanto vir embora, mesmo deixando-a nas melhores mãos que a podem receber. Espero sempre que ela adormeça primeiro, para não me ver sair. E venho embora de consciência pesada, como se de alguma forma a estivesse a abandonar de mim, da minha presença física, do meu aconchego. Chego a casa de noite. Tomo duche, janto qualquer coisa. O G já deu banho à M. antes de sair para o hospital. A avó já a deitou no berço. Está a dormir a maior parte das vezes, quando chego. Dou-lhe de mamar antes de me deitar. É o único momento do dia em que consigo sentir alguma tranquilidade interior. Volto a deitá-a no berço e sinto que tenho estado a perder tanto, tanta coisa...Fico a olhar para ela fixamente, enquanto o sono não chega. Noto que está diferente, maior, mais redondinha. Os olhos estão a ficar azuis como os do pai e da mana. E quero registar-lhe as feições que teimam em mudar a cada instante, respirar-lhe eternamente aquele cheirinho a bebé, que sei que não vai durar sempre. Nunca senti tanta necessidade de fazê-lo como agora. Mas sinto-me tão cansada, e por mais que o corpo o exija, custa-me tanto a adormecer...Não consigo deixar de pensar na C. 1 segundo que seja. Não consigo tirar os olhos da M porque a vejo tão pouco...Tenho saudades das minhas filhas. Como nunca tive.<br /><br />Obrigada pelas palavras de ânimo e pelas mensagens de força que aqui têm deixado. Sabe bem sentir que de alguma forma, não estamos sozinhos nisto.<br /></span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com86tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1158931168085363972006-09-30T10:56:00.000+01:002010-09-29T10:45:13.161+01:0029<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">O melhor presente que me podiam dar hoje era ter a minha filha curada, em casa, ao pé de mim.<br /></span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1158687085346890052006-09-27T22:48:00.000+01:002010-09-29T10:45:13.163+01:00...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Na sexta à noite a febre disparou, continuava com tosse e entretanto começou a queixar-se com dores fortes no peito. Depois de mais uma noite nas urgências, tive a sorte de ela ter sido vista por outro médico, no caso uma médica, à qual bastou olhar para a minha filha e auscultá-la para fazer o diagnóstico certeiro de pneumonia. Seguiram-se um raio-x ao tórax, Tac aos pulmões, e feliz ou infelizmente, confirmaram-se todas as suspeitas. Por um lado foi feito um diagnóstico certo, por outro, todos os diagnósticos anteriormente falhados permitiram que esta situação se arrastasse no tempo e acabasse por agravar-se. A C. foi internada na madrugada de sábado. Está a soro. A febre está estabilizada. A tosse continua, e custa-lhe tanto tossir... Não come, muito pouco. Só bebe água e leite, obrigada, quase sempre. Tenho dormido ao lado dela, no hospital. Outras vezes dorme o pai. Dia sim, dia não. À noite começa tudo de novo. Às vezes as enfermeiras colocam-lhe um tubo fininho dentro do nariz que ligam a uma pequena máquina para ajudar a respirar. Estou um caco. Eu e o pai. Tenho uma filha de apenas 1 mês em casa dos avós, que precisa igualmente de mim e que só consigo ver à noite. Há momentos em que penso que não vamos conseguir. Que apesar de sermos mais fortes juntos, existem limites em quase todas as forças. Ontem, aprendi que há uma coisa chamada fé. Nunca tinha parado para pensar nisso. Vou agarrar-me a ela com unhas e dentes, todas as manhãs, quando a C acordar. Vou tentar transmiti-la à minha filha, todos os dias. Acho que irá dar resultado. Vamos vencer. Tenho a certeza. Porque somos mais fortes juntos. Muito mais.</span><br /></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com51tag:blogger.com,1999:blog-17342074.post-1158600068174844132006-09-21T15:23:00.000+01:002010-09-29T10:45:13.165+01:00Tudo na mesma<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">A tosse seca persiste, cada vez mais forte. Na terça apareceu a febre. Novamente a falta de ar durante as crises, a dificuldade em respirar. Já fomos duas noites seguidas às urgências só esta semana. Em ambas as vezes foi vista pelo mesmo médico, que lhe auscultou, viu a garganta, receitou um antibiótico para a tosse e nos mandou para casa com a recomendação de muito descanso, visto ser "só" (e apeteceu-me perguntar-lhe "só?!?!?!") uma virose. Só eu sei como a minha filha tem andado, o que tem passado todas as noites, como nos tem custado vê-la assim, murcha, apática, sem estímulos para nada. Continuo a dar-lhe xarope, a fazer-lhe vapores, a colocar-lhe paninhos molhados na testa para aliviar a febre, a esfregar-lhe álcool no peito para ajudar a respirar melhor... Já não sei que mais deva experimentar <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0);">:S</span> Mais uma noite assim e juro, não me importa o que o médico possa dizer, só saio das urgências quando a minha filha for convenientemente tratada.<br /><br />Muito obrigada à menina que me aconselhou o Colikind para a Maria. Foi tiro e queda.<br /></span></div>Carolinahttp://www.blogger.com/profile/15575847569255665452noreply@blogger.com21