O dia a dia de uma mamã e das suas Borboletas...

sexta-feira, maio 12, 2006

A mana

Como referi no post aterior, a C. não reagiu bem à novidade, não aceita e não quer aceitar que vai ter uma mana. Apesar de eu e o pai lhe tentarmos explicar que a mana vai ser a sua melhor amiga, que vai poder brincar com ela, a C. finge que não ouve, não dá muita importância, não quer falar da mana e foge quase sempre do assunto. Depois da reacção que ela teve no sábado, quando lhe contámos, as coisas não têm corrido de feição nem para ela nem para mim. A minha filhota que passava a vida a dar-me beijinhos e a fazer-me festinhas na barriga até adormecer, não o voltou a fazer desde então. Está comigo normalmente, fala comigo, só adormece a meu lado, mas os gestos carinhosos de sempre, e digo sempre porque os teve sempre, já não os tem comigo. Sempre fomos muito ligadas tanto emocional como fisicamente, como tal nunca esperei este tipo de atitude de "rejeição" vindo da minha filha...Não tem sido fácil para mim, muito menos para ela. Em conversa com uma amiga psicóloga tomei consciência que esse afastamento dela não é necessariamente para com a minha presença, uma vez que não sou o objecto de rejeição em si, mas sim porque de certa forma trago em mim a realidade que ela rejeita. Aconselhou-nos a não tocar no assunto "mana" muitas vezes porque mais tarde ou mais cedo ela acabará por aceitar a realidade de uma forma natural, não forçada. Ainda recebi o livro da direita como "bónus" para lhe ir lendo à noite (a psicóloga faz questão que seja só eu a lê-lo e não divida a leitura com o pai), conta a história de um menino, o Tchim, que espera uma mana, a Pim, e no fundo retracta, ainda que de forma súbtil, o momento que a C. está a viver, além disso também aborda a temática "de onde vêm os bebés" que relembro, sempre foi um quebra-cabeças para a Boboleta. Já comecei a ler-lhe na terça e há passagens do livro que são, de facto, deliciosas. Ela fica muito quietinha a ouvir-me, até que o sono é mais forte, fecho o livro, tapo-a e dou-lhe um beijinho de boas noites. Depois volto para a minha cama com uma sensação de vazio enorme, que nunca senti antes, sinto falta do abraço da minha filha, da maratona de beijinhos antes de dormir, do sorriso dela quando põe a mão com cuidado sob a minha barriga, no fundo sinto falta de não poder partilhar com ela as minhas expectativas em relação à mana, o nome que ela gostava de lhe dar, sinto falta de tudo, ao pormenor. Muitas vezes (quase sempre), não tenho conseguido evitar e tenho chorado todas as noites, sinto falta do calor dos braços da minha filha, sinto-me fragilizada, desprotegida, desamparada. Além disso, esta semana tem sido um acumular de excesso de trabalho (trabalho que já vem das férias da Páscoa, dos dias que passei em casa de cama), sinto-me cansada fisica e psicologicamente, nos últimos dias ando enervada e impaciente com tudo, tenho andado a ultimar os preparativos para uma inauguração que me tem feito suar as estopinhas, irrito-me com facilidade, depois descarrego em quem não tem culpa nenhuma do meu "mau-humor", tenho momentos em que só me apetece fugir e voltar sem data marcada. Ao final da tarde chego a casa estourada e não tenho vontade de fazer nem jantar nem nada, sinto-me sem estímulos para coisa alguma e como estou numa fase "lingrinhas", choro e choro sem perceber bem porquê. Sei que sou privilegiada por ter um marido carinhoso que faz tudo por mim e para me ver feliz, que tenho uma filha que apesar de não o demonstrar agora, está cheia de vontade de correr em direccção à porta de casa e se atirar sob o meu colo como sempre o fez quando me vê entrar...Mas sinto-me triste e "culpada" por tê-la decepcionado e não lhe ter dado o mano que ela queria. Não sou uma pessoa de choro fácil, e quem me conhece sabe disso, mas bolas, não sou de ferro. À noite não tenho conseguido adormecer e, de repente, é como se entre a escuridão de quatro paredes todas as coisas viessem em cascata ao meu pensamento, os assuntos de trabalho, o problema com a C... O que me vale é que o G. tem sido uma espécie de colo reconfortante, e enquanto o sono não vem temos imaginado a filhota, como é que vai ser, se vai ter os meus olhos, se o nariz dele...de certa forma, têm sido estes momentos que têm funcionado como "escape" para todos os problemas. Uma noite destas ficámos até às tantas a dar palpites e a debater nomes, começámos por escolher 6, depois reduzimos para 4 e por agora mantemo-nos nos 4. Curiosamente, todos começam pela letra M., por isso com toda a certeza a filhota mais pequenina vai ser uma M. Estamos desejosos por saber a opinião da C. e esperamos poder contar com a ajuda dela nesta escolha. Este fim de semana vamos dedicá-lo só a ela, vamos para Porto Côvo, só os três, planeámos uma ida à praia, um piquenique no domingo, uma visita aos cavalos e aos póneis (que ela adora), muito subtilmente vamos lhe falando da mana aqui e acolá, com a intenção de lhe fazer crer que a chegada da mana vai trazer muitas coisas boas. E eu espero, sinceramente, conseguir reconquistar a minha filha.
PS: Peço desculpa se "massacrei" alguém com este meu desabafo, para problemas já bastam os nossos. Eu sei. Mas soube-me bem, poder aliviar a consciência, assim, desta forma.

13 Comentários:

Blogger Alma Minha disse...

O "nosso blog" é mesmo para estas coisas... para escrevermos tudo o que nos apetece, por antes de ser para os outros é para nós...
Vais ver que esta fase vai passar e alegria vai voltar às vossas vidas!
Bom fim de semana
Bjs

2:51 da tarde

 
Blogger PSoMac disse...

Primeiro parabéns por mais uma borboleta e em segundo um grande abraço com muita força para ajudar a passar este momento dificil que mais dia menos dia vai desvanecer ...

7:05 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

Imagino como deve estar a ser complicado e como te deves sentir triste com a reacção da C, mas acredito que é apenas uma fase passageira, que vai acabar por passar como te disse a psicóloga. Ela não tem outra escolha senão aceitar não é? ;-) Estou a torcer para que tudo volte depressa ao normal e que o tal abraço por que anseias se transforme rapidamente numa realidade.
Espero que o fim de semana esteja a ser em grande e que se estejam a divertir bastante.
Quanto a ti, menina, desejo que corra tudo bem na segunda feira e que os ventos soprem todos a teu favor :-)
Quando voltares tenho uma surpresa para ti, ou melhor dizendo para ti e para a M.! ;-D
Tenho a certeza que vais gostar.
Bjs grnds


e nada de choros, boa? ;-)

Luísa e Francisca*

12:23 da manhã

 
Anonymous Anónimo disse...

Maninha linda sei que não está a ser fácil mas continuo a achar que é tudo uma questão de tempo. Vais ver que daqui a uns dias a Conchinha se habitua de uma vez por todas á ideia. =)
Não gosto nada é de te ver assim.. Prometes que vais pôr um sorriso nos lábios? Além do mais estás tão bonita que é um desperdicio ver-te assim tristinha. =)
No que respeita ao nome da sobrinha já sabes que o meu voto e da Inês vai para Matilde! =P

Beijão grande grande =O)
Boa sorte para amanhã na inauguração!

10:58 da tarde

 
Blogger Gina A. disse...

Ohhh, miga, confesso que fiquei triste por saber estas últimas novidades... acredito que seja muito difícil a fase pela qual estás a passar. Nem quero pensar numa possível rejeição do Gonçalinho... isso aconteceu apenas uma vez, muito esmorecidamente, mas foi o suficiente para eu ficar de rastos! Também é verdade que estava super fragilizada (devido à gravidez) e, por isso, chorei muito e de uma forma quase convulsiva, mas foi um choque, verdade seja dita!
Mas a tua amiga tem razão... no fundo, ela não te está a rejeitar a ti e não te sintas culpada por não ires ter um menino! Tu não tens culpa nenhuma! E estou certa que daqui a algum tempo, a C. vai adorar ter uma irmã e, um dia, quando for mais velha e lhe contares isto, ela vai rir-se e achar que foi uma tonta... a C. é apenas uma criança que, para além de saber que está prestes a deixar de ser a única, idealizou que ia ter um mano e agora sente-se desapontada... talvez o facto de ser uma menina a faça sentir-se mais ameaçada, será??? Ter que dividir a mãe com outra?!
É uma situação delicada, mas estou certa de que a C. vai entender e, aos poucos aceitar e tudo voltará ao normal! Tem calma, amiga e, por mais difícil que seja não lhe demonstres essa tua angústia, diz-lhe antes que tens saudades dos seus beijinhos e abraços e que nada nem ninguém nunca lhe tirarão o lugar no teu coração!
Beijos grandes e tem fé... vai tudo correr bem!

9:52 da manhã

 
Blogger Dana disse...

Não deve ser nada fácil a rejeição da tua filhota, mas não te deves culpar por isso. Tenho a certeza que será passageiro e que ela vai acabar por aceitar...
Também vou ter mais uma menina e, embora não haja uma rejeição directa por parte da minha filha mais velha, noto que o comportamento dela está bastante alterado. Muita paciência é a palavra de ordem cá em casa...
Força e não desanimes!
Bjs

1:49 da tarde

 
Blogger Tita Dom disse...

Tens que entender que não deve ser facil, ainda por cima alguem que vai ocupar um espaço que até agora era apenas seu, repartir a atenção dos papas, mas tenho a certeça que tudo vai mudar quando ela olhar a mana. Relaxa tá
Beijoca grande

3:24 da tarde

 
Blogger ddm disse...

Espero que o fim-de-semana tenha ajudado e já te sintas melhor.

Também sou da opinião que será uma questão de tempo até a C. aceitar que vai ter uma mana e não um mano, ela estava convencida que ia ter um mano, já lhe tinha dado um nome, preparava-se para receber um rapazinho e de repente dizem-lhe que afinal é uma menina... não é fácil ter que redimensionar todas as expectativas para uma nova realidade (até para nós adultos é complicado!).

Provavelmente no meu caso a situação foi mais fácil porque soubemos muito cedo que vem aí um menino, porque a nossa C. dizia sempre que ia ter uma mana e também já lhe tinha dado um nome, só não teve tempo de cimentar esta ideia (às 12 semanas o T. mostrou-se!).

Calma!
Fica Bem!
Beijinhos Grandes!

4:06 da tarde

 
Blogger Sefas disse...

Vim cá ter ao teu blog por acaso e fiquei comovida com o teu post. Deve ser duro essa rejeição da tua filhota. Imagino como seria de repente a minha filha deixar de me dar abraços e beijos. Acho que me iria sentir exactamente como tu, rejeitada, fragilizada, culpada...
Vamos lá a ver como é que ela vai reagir à chegada do mano (daqui a 1 mês mais ou menos), para já acho que ainda não percebeu muito bem que vem aí um bebé cá para casa...Tb é mais nova que a tua, fez há dias 2 anos.
Beijos. Vou voltar cá mais vezes

4:19 da tarde

 
Blogger Ica disse...

Tenho a certeza que quando a mana nascer ela vai enche-la de miminhos e pedir-te para "cuidar" dela e nessa altura, provavelmente terás com muita supervisão que deixa-la "cuidar" da mana, para que não se sinta excluida.

Tudo vai correr pelo melhor. Não fiques triste.

Jinhos

Rita

5:42 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

Vais ver que isso passa-lhe, desde que nao des assim tanta importancia... Assim que ela se vir com uma maninha, vai fazer uma festa!

A M faz a festa ate com as manas das amiguinhas e a(o prima(o) que esta para nascer :DDD

Um beijinho muito grande
8tenho a certeza q daqui a uns dias vens ca contar boas novidades):)

6:41 da tarde

 
Blogger Bekas C. disse...

Mais conselhos não vale a pena... o teu instinto vai-te mostrar o que é melhor...
Beijinhos
;)

4:50 da tarde

 
Blogger Mar disse...

M é uma bela letra!
Quanto à C, conselhos não adiantam, parece que vais mesmo ter que dar tempo ao tempo. Vai tudo correr bem, vais ver!
Bjos. :)

10:21 da manhã

 

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