O dia a dia de uma mamã e das suas Borboletas...

quinta-feira, abril 27, 2006

De molho (II)

Antes de mais obrigada pelos votos de melhoras que aqui foram deixando, quando estamos mais vulneráveis sabe bem receber mensagens de carinho mesmo que venham de alguém desconhecido. Obrigada, mesmo!
De resto continuo em casa, já saí da cama (thank God!) porém, ainda continuo de molho. Apesar de me sentir bem melhor do que nos primeiros e derradeiros dias, em que quase não me sentia (literalmente), ainda estou um bocado "enferrujada" e ainda me custa fazer certas tarefas. As dores de cabeça é que insistem em continuar, vêm sem dó e voltam sem piedade, e duram e duram como as pilhas...Para ajudar à festa nos últimos dias tenho sentido uns "puxões" entre a zona do pescoço e dos ombros, como uma espécie de cãibra, que me têm dado ainda mais dores de cabeça. Na 2ª-feira fui mostrar os resultados da TAC ao médico que confirmou estar tudo bem, que as dores de cabeça são normais, que são uma espécie de "ressaca" da pancada e que tendem a desaparecer com o tempo (assim o espero). Falei-lhe dos tais "puxões" na zona do pescoço, examinou-me, explicou-me que o ponto da nuca onde fui atingida pela porta ainda está bastante tenso o que faz com que toda a área envolvente também esteja, os músculos estão demasiado comprimidos e é essa contracção involuntária dos músculos que provoca as ditas cãibras e não me permite relaxar devidamente toda essa área, que vai desde a nuca até meio da coluna. Recomendou-me mais umas doses-extra de descanso, e eu que até arrisquei perguntar se podia começar (aos poucos) a fazer umas horinhas no Atelier levei um redondo NÃO! como resposta. Só faltava o Sr Dr. chamar-me doida e inconsciente, ralhou comigo, ralhou pois, e eu corei (das poucas situações em que devo ter corado na vida), calei e engoli. No fundo, sabia que tinha de lhe dar todo o crédito. Sim, sou teimosa e depois? :) Para ajudar a aliviar a tensão nas costas receitou-me um spray calmante de nome "Picalm", que seria óptimo se não tivesse um odor delicioso a remédio de matar formigas, recomendou ainda que todas as noites antes de deitar tome um banho de imersão bem quente e que me deixe ficar de molho o tempo que for preciso, uma vez que ajuda a relaxar os músculos. A melhor parte vem agora, sugeriu que depois do banho faça uma massagem relaxante nas áreas que estão mais doridas. O que se passa é que o G., que ultimamente tem sido "pau para toda a obra" cá por casa, ainda tem arranjado tempo para se dedicar a fazer-me massagens ao final da noite. E é nestas situações que, por vezes, se revelam algumas qualidades até então escondidas. Pode até não ser um óptimo cozinheiro mas é, sem dúvida, um excelente massagista! E voltando ao "molho sem sal" que tem sido a minha rotina, durante o dia tenho ficado em casa a descansar, a pôr a leitura em dia (é inacreditável mas com tudo o que se tem passado ainda não consegui acabar de ler o livro da direita, acho vergonhoso até, visto que há mais de um mês que o comecei a ler), adiante, à tarde dou uns passeios a pé com a C. pela vizinhança, sentamo-nos um bocadinho na esplanada do café a respirar ar puro e a apanhar solinho. Tem me feito muito bem. Mudando de prisma (uma bonita palavra -prisma, não liguem, isto de estar há mais de 3 semanas sem pegar num lápis nem fazer um esboço tem destes deslumbres momentâneos), e saltando do tema "filha mais crescida" para o tema "a minha vida mais pequenina", posso dizer que está tudo bem com o filhote (5 mesitos já cá cantam!!), que ultimamente se tem manifestado por diversas vezes, principalmente quando estou deitada (já deve é estar farto de ficar em casa na "ronha"). Entretanto, a C., passa a vida a fazer-me miminhos e festinhas na barriga, (e então agora que tenho estado doente ainda mais), e a dizer ao mano para se portar bem e não dar pontapés porque "mamã não te magoam?!?", e enfim, o mano tem-se estreado a levar uns sermõezitos da mana mais velha. Por falar em mano da Boboleta, há uns dias que deixou de ser mano e passou a ser Afonso. Foi assim de um dia para o outro, sem grandes explicações, "ó mãe o Afonso isto, o Afonso aquilo", não sei de onde é que ela se saiu com esta do mano Afonso. Eu e o pai achámos engraçado até porque já tinhamos comentado entre nós que se for menino será Afonso Maria, em homeagem ao avô A. que faleceu em Janeiro. O mais curioso é que essa conversa ficou sempre entre nós, não a comentámos com mais ninguém, muito menos com a Boboleta, e coincidência do destino ou não, ela agora vem com esta "história" do mano Afonso. A única explicação, e talvez a mais plausível, é que ela tem um amigo no colégio chamado Afonso, de quem gosta muito e com quem se dá muito bem, até porque são raras as vezes em que não chega do colégio com histórias para contar em que o "Afonsinho" não entre, o que me faz pensar que talvez tenha sido por aí que escolheu este nome para o mano. Só para relembrar, já há muito tempo que a C. decidiu convencer-se a ela própria de que vai ter um mano, apesar de eu e o pai já lhe termos tentado explicar mais do que uma vez que em vez de um mano pode vir uma mana mas "tá bem mãe, tá bem pai" e encarrega-se logo de arrumar o assunto. A boa notícia é que a C., desde que viemos de terras de Vera Cruz não teve mais nenhuma crise alérgica, não sei se foi de ter apanhado novos ares, não faço ideia, o que é certo é que desde que regressámos e mesmo durante os 11 dias em que lá estivemos, a Boboleta não voltou a ter crises de tosse, não sei a que se devem estas melhoras repentinas, só espero é que ela assim permaneça, de forma a que o teste das alergias que está marcado para dia 9 não venha a acusar nada. Fora isso, não há muito mais novidades a registar, a não ser que tenho de superar este meu recente "trauma" de entrar na cozinha e não conseguir mexer nos armários, não me consigo aproximar sequer, aliás tento ficar o mais longe possível, evito olhar para eles até, tenho medo que ganhem vida própria ou algo parecido...
Depois do descanso obrigatório, a próxima semana avizinha-se uma semana de emoções, em que terei certamente os nervinhos à flor da pele, na 2ª espero já estar minimamente apta para voltar ao trabalho (o que espero que suceda sem demais complicações), na terça vou com a C. tirar a tala do dedinho (depois de 6 semanas!!!), na quarta vou a uma consulta de rotina com a médica de família, e na sexta é dia de ecografia morfológica, na qual vamos poder ficar a saber (finalmente!!!!) o sexo do filhote. Desta vez espero que a eco seja mais conclusiva e de preferêcia que o "mano Afonso" colabore :)
Ps: Daqui a pouquinho faço uma ronda pelos vossos blogues. Há tanto tempo que já não navego pela blogosfera que já devo estar completamete desactualizada em relação às novidades... Ah, mas eu já me ponho rapidamente a par de tudo! Vai uma aposta? ;)

quinta-feira, abril 20, 2006

De molho

É assim que me encontro desde há 4 dias e é assim que vou ser obrigada a permanecer oficialmente (ordens expressas do médico) até me sentir novamente capaz de fazer seja o que for. No domingo, dia após termos chegado a Lisboa, enquanto ajudava com o almoço de Páscoa na casa dos meus pais esqueci-me de fechar a porta de um dos armários da cozinha (ainda estava com os sonos trocados e sob o efeito jet lag), entretanto baixei-me para apanhar algo do chão, levantei novamente a cabeça e apartir daí apaguei completamente. Só me lembro de acordar mais tarde deitada numa cama de hospital, com uma agulha espetada na mão, com uma dificuldade enorme em abrir os olhos e em conseguir mover-me. Passei o meu domingo de Páscoa ligada a soro e assim permaneci durante as primeiras 48h após a pancada da porta que me atingiu na zona da nuca. Diagnóstico médico -contusão (traumatismo craniano de média gravidade), não foi nenhuma bricadeira e, segundo o médico, se a porta tivesse batido 2 cm abaixo do ponto da nuca onde me atingiu, então poderia ter sido bem mais grave. Vendo as coisas pelo lado positivo só me posso considerar uma sortuda por me ter batido 2 cm acima. Não se preocupem porque está tudo bem com o rebento, aqui com a mãe é que já nem por isso. Desde terça-feira que estou em casa, de cama, a receber doses extra de descanso, por ordem médica e devido à minha condição estou proibida de tomar qualquer medicamento, e o pior é que uma das consequências deste tipo de traumatismo são as dores de cabeça intensas que, uma vez que não posso tomar medicação, têm sido mais que intoleráveis de suportar, têm me valido os saquinhos de água morna atrás da cabeça (e mesmo assim...) Fora isso, ainda há as tonturas (cada vez que me levanto é certinho), os vómitos (ainda aparecem uma vez ou outra), as dores na zona do pescoço e dos ombros, o cansaço generalizado do corpo e dos músculos (sinto que me passou um tractor por cima). Não posso (nem consigo) fazer grandes esforços, já faço um sacrifício enorme para me manter sentada (mesmo com duas almofadas atrás das costas e da cabeça), neste momento estou a quebrar as regras porque, ainda que esteja na cama, estou a fazer esforço para me manter sentada a escrever no portátil. Estou quem nem posso, como dita a sabedoria popular. De resto tenho dormido muito, aliás tenho ordens expressas para o fazer, o médico disse-me para dormir à vontade, até porque o cansaço faz com que sinta bastante sonolência, além disso também frisou que neste tipo de traumatismo dormir é um factor-chave para o processo de recuperação. Eu não me importo, até porque enquanto durmo não estou a sentir dores nenhumas, o pior é a C. que deve pensar que sou a Bela Adormecida e até já perguntou ao pai porque é que a mamã agora está sempre a dormir. Sinto-me mal por não poder brincar com ela nem lhe poder dar muita atenção, já lhe expliquei que não posso, que não consigo, que havemos de compensar mais tarde. Ainda para mais estou uma situação em que me sinto impotente, já devia ter voltado ao trabalho na 2ª e estou para aqui enfiada na cama, sem fazer nada de produtivo, e cansa-me estar sem fazer nada, cansa-me estar parada sabendo de antemão que tenho imensas coisas para fazer no Atelier. Sou uma pessoa muito activa e como estou habituada a fazer mil e uma coisas ao mesmo tempo, custa-me olhar para a mesinha de cabeceira e ver as horas passar e ficar passiva a assistir. O que me tem valido são os beijinhos e carinhos dela e do pai, que me têm encharcado de mimos. Por falar em pai, tem sido o G. que tem ficado em casa comigo estes dias pois preciso de estar sob vigilância 24 h para evitar qualquer incidência. Pois é, parece que isto não foi mesmo brincadeira nenhuma. Mas não se preocupem porque estamos no bom caminho para a recuperação, já não vejo a hora de poder voltar a fazer a minha vidinha normalmente, o que segundo o médico que me tem assistido, ainda vai demorar mais uns diazitos. Só me resta dizer que as nossas férias foram óptimas, divertimo-nos bastante, tirando 1 ou 2 situações imprevistas, foram 11 dias muito bem passados. Mas sobre as férias falo outro dia, pode ser? É só porque entretanto a almofada já me começa a deslizar das costas, não encontro uma posição confortável para estar sentada e já começo a sentir que por agora estou mesmo, mesmo, a dar as últimas.
Vou ver se descanso um bocadinho porque daqui a umas horinhas aparece a Boboleta e desta vez não quero estar a dormir quando ela chegar.

segunda-feira, abril 03, 2006

Até já!

Vou quer dizer vamos, os três, ou melhor os quatro, "desaparecer" por uns tempos. Vamos pegar na "tralha", na Boboleta, dar uma escapadela da vida citadina e "fugir" para aqui. Este foi um dos principais motivos que me deixou tão feliz a semana passada, e que de resto, me fez "explodir" de contentamento no post que escrevi dia 27. Foi uma surpresa do maridito (devo confessar, muito bem engendrada) que, nessa mesma segunda-feira de manhã, quando me preparava para sair para o trabalho, me "barrou" a porta de casa e me apareceu à frente com 3 passagens nas mãos, assim sem mais, com destino marcado. Fiquei estupefacta, não estava à espera, agarrei-me a ele aos saltos e a gritar de euforia, porque para dizer a verdade, era mesmo do que estava a precisar. Este início de 2006 não foi nada fácil, em apenas 3 meses aconteceram muitas coisas que não estavam previstas, algumas das quais, de uma forma ou de outra, acabaram por surtir um impacto significativo nas nossas vidas. Mas também surgiram coisas boas, ainda assim muitas delas imprevistas (como a gravidez, a minha recente conquista a nível profissional), entre outros "marcos" igualmente importantes. Mesmo assim, não posso negar que estes últimos 3 meses têm sido "demasiado" em termos de emoções, de novas experiências, novos desafios, novas escolhas, a juntar ao stress de ter de seguir os ponteiros do relógio à risca, ter os dias regidos por deadlines...e no meio disto tudo a minha cabeça a 100 à hora com mais isto e mais aquilo...ufa! Estou cansada, confesso. Daí o meu entusiasmo com esta viagem. Não podia ter vindo em melhor altura. Como tal, vou tentar aproveitar ao máximo o sol, a praia, as ondas (enquanto ainda as consigo saltar), ao fim ao cabo tudo aquilo que em inícios de Agosto (que é quando volto a ter férias), já será mesmo impossível de pôr em prática. Vai ser bom para todos. Especialmente porque, desta vez, vamos os 3. Depois de quase 6 anos desde a primeira vez que lá estivemos, só os dois, uns "putos" no verdadeiro sentido do termo (22 anos), só com a responsabilidade de aproveitar cada milésimo de segundo da vida, sem grandes pensamentos sobre o amanhã...agora que me lembro disso, vêm-me à memória uns "flashes" dessa altura e só me dá vontade de rir! Acho que quando o avião aterrar vai passar-me o "filme" inteiro da nossa 1ª estadia, na cabeça (e que filme!). Para dizer a verdade, até sinto saudades dos dias que já lá vão, dos disparates, das irresponsabilidades próprias da altura (sim, porque nós sempre tivemos uma pontinha de rebeldia no que repeita a cumprir normas...ok, só eu, pronto). Mas por outro lado, ainda não havia Boboleta nem sequer projecto de Boboleta, estavamos no "apogeu" do que sempre sentimos um pelo outro mas não estavamos tão completos como hoje estamos. E agora que já crescemos um bocadinho, que já temos outra visão das coisas, vai ser interessante voltar ao mesmo hotel, rever as mesmas paisagens, visitar e passear nos mesmos lugares, nas mesmas praias, já com três anos e meio de gente pela mão e 5 meses de nós a crescerem-me no ventre. Só que desta vez a grande diferença é que, ao contrário do que sucedeu em Junho de 2000, esta vai ser uma espécie de "lua de mel" a 4... ;)
Daqui a + ou - 2 semanitas estamos de volta. Até já!